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Mostrando postagens de setembro, 2009
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Recordar! Estava aqui nas minhas horas paradas Recordando... Noites de baile, De rosto colado... De arrepio na espinha De beijo roubado... Tenho o que recordar, Matinês e as mãos dadas Frias e suadas de emoção E o pecado original para vencer. A praça e o sorriso de paquera... As noites estreladas E uma sensação de eternidade. A juventude rebelde, mas romântica. Toda a vida para viver aquelas emoções Mas que nada a vida logo envelhece, Mas que doce poder recordar, Mesmo que um dia a memória falhe. Que bom ter arraigada em mim Toda a expectativa de ter sonhado E acreditar no sonho... De amar e sofrer por amor... Pois toda dor passa e todo amor fica. Mesmo que em vestígios... A! Se há amor, precisa ser verdadeiro Mesmo que passageiro alce outros vôos. Mesmo que o destino Tenha dado seu veredicto final. Mas os jovens nos chamam de caretas, Deixam-nos de lado e tem vergonha de nós. Mas o que vocês terão para recordar? Uma vida rasa, de
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O que há de novo? Se tudo é velho E em cada canto o mofo... As aparências, As evidencias A perda dos passos Sapato velho... Roupa suja... A vida não se limpa Ela já deve nascer alvejada Jamais maculada... Pois sua clareza é de atos... A palavra que deve ser cumprida, sempre. O que há de belo? Se a hipocrisia se justifica E a única certeza é a morte E tantos tolos se matando por nada Toda matéria é  efêmera Poupe-me de retóricas... Eu procuro a minha paz crianças e jardins... Algum sentido, que não seja exato, mas lúdico. Mas o fato concreto é: cadê nossa essência? Aquela inocência em acreditar no mundo, No futuro perto e longe... Nossos olhos perdidos nas estrelas. A varanda, e a nossa família do lado... Nascemos sozinhos, partiremos sozinhos Sei que é uma contradição, algo obvio Já decantado, mas eu busco outras linhas... Algum sinal que me faça seguir em frente. Pois há sempre um farol Nos olhos do pai... Que nas horas mais difí
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Logo ele fará 21 anos... Seria sua maioridade Ironia, ele será sempre um menino... Afinal ele faz aniversário dia 12 de outubro. A briga da matéria com a alma. A barba, os traços fortes E o sorriso de menino... E a festa é como se ele tivesse um ano Sua alegria, sua boca suja de bolo. Sua inquietação, seu cantar pueril. Como se aquele momento fosse único... Deus, ele por fora está se tornando um homem. E por dentro o menino ainda mora... E suas atitudes são infantis, lúdicas e desprovidas de malicia. Até quando meu filho Eu poderei protegê-lo! Ajudá-lo a fazer a barba, ajudá-lo nas mínimas coisas... A! Querido pai, essas lágrimas são de felicidade Mas ao mesmo tempo de medo... Perdoa, a fé tem a formato de esperança, Mas meu filho cresceu, mas não amadureceu... E minha energia vai se esmaecendo aos poucos. Ele dorme e o sorriso continua em seu rosto. Uma sensação de paz e temor me toma. Na maioridade dos anos... Verei meu filho env
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Deixe-me no canto... Está frio na primavera E a vida se espreguiça em mim... Deixe-me quieta Um sono tardio me toma. Uma vontade de quietude Nenhuma palavra, Nenhum telefone me incomodando... Nenhum pensamento arredio Nesse momento Quero apenas o silencio dessa tarde O que você quer? Toda a minha vida eu depositei Na esperança de sua felicidade. Plantei sonhos, tenho colhido expectativas. Mas me deixe um pouco quieta. Não quero pensar no feito nem no por fazer... Quero apenas adormecer, ouvindo a chuva Acordar é doloroso hoje... O sol se foi, a primavera se escondeu... Você não pára de andar... E eu só queria um pouco de aquiescência Para essa alma afastada de mim Preciso restabelecer as prioridades Mas por hora, deixe-me aqui Todo rio secou, toda vida parou Quero aprender a parar também. Pare você um pouco Somente por alguns segundos E que sejam eternizados para nos dar A cura da dor, pois quando penso demais, Saiba que dói, então mesmo
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Espero-te ansiosa, Primavera Os dias contados em pétalas. Espero-te na varanda imaginária De uma vida seca e Arida. Dessa cidade cinza... A! Como te espero, Provando do ar irrespirável... De folhas mortas, de árvores arrancadas... Uma sensação de tristeza e aflição Pois os ipês precisam florir... As rosas precisam perfumar o jardim... Os miosótis precisam enfeitar as janelas... Mas o mundo cinza de ganância burra, Arranca da terra a beleza do simples Resista doce Primavera, Os dias precisam florescer de novo... Dama noite, por onde andas? Seu aroma, anunciando o despertar da lua... O piscar das estrelas, as noites de primavera... Os dias primaveris das nossas existências... Vai distante a poesia das águas, das flores, E o amor plantado em raízes profundas... Lindo jequitibá, forte jacarandá... Não vestimos quimeras, Nem cumprimos o prometido. Perdemos o prumo, corremos na lida... Mas se há ainda na terra a esperança... Que estação bela, a doce Primavera... Autora Liê Ribeiro Paz e luz
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Eu sou poeta E que se dane O que acham de mim... Eu não sou datilógrafa, Não sou administradora. Eu sou poeta, Não tenho grana, Nem tenho cargos Porque felizmente eu sou poeta. Eu não tenho futuro Nem ambição, eu vivo de palavras E elas me possuem... Cobram-me sê-las, alma e pele. Nunca me cansarei das palavras Como me cansam as pessoas... Suas hipocrisias, suas vidas vazias Recheadas de concreto para todos os lados... Não me acompanhe Nada tenho para te oferecer, Que valor terá os meus poemas Em meio às notas que nos corroem... Dirás que precisamos sobreviver. Mas a cada dia vejo a mesma luta E todos vagando perdidos Em torno das notas que compram consciências... Não, muito obrigada, se não fosse essa cobrança. Nada me faria viver sem apenas compor. Mastigar, deglutir, engolir, me alimentar de poesia... Vestir, calçar, poesia, Dormir, acordar, poesia. E assim eu seria a pessoa mais feliz do mundo E viveria e morreria abraçada a Poesia! Assim será, Porque apesar de toda incoerência des
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Freud explica, Na verdade Freud nunca explicou nada Complicou, mas que ajudou... Perdoe-me os analistas... Minha alma não tem gráfico. Nem se mede pelo instante Farto de horas perdidas... Nenhum divã vazio... Entenderá da minha alma vadia... Ela percorre trilhas estrelares Numa conspiração de mundos. Freud Culpa a mãe, o sexo. Os traumas da infância No útero silêncioso... No mamar desejoso. Mas eu não culpo ninguém Sou uma peça solta De uma vida de descobertas Quem culpar No futuro breve os filhos Concebidos em laboratório? A! Hoje é o meu dia De jogar pedra no santo De negar à psicanálise De me convencer de sua inutilidade. Pois nada no mundo tem cura, Tudo é controlado, medicado Afinal, há milhões de interesses em jogo... E se realmente temos em nosso interior; Um que de loucura... E toda porção de loucura é necessária... Porque não direcioná-la para produzir... E não culpar, não julgar, não cercear, não dopar. Nem negar que há na essência de cada um Uma loucura produtiva! Autora Liê
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Há tantas palavras por dizer, Formar o pensamento Com idéias objetivas e concretas Não consigo... A subjetividade das horas Impressionam-me... Se pudesse eu pararia o relógio do tempo, Reinventaria o mundo, E te mostraria a beleza de ser... Pois nada é mais valioso Que o ser! Ser gentil, Ser honesto Ser cuidadoso Ser solidário Ser humano, em meio às máquinas... Ser frágil e forte Ser bravo e doce. Ser a voz e o silencio Ser o amigo e o irmão Ser o amado e amar... Por quê? Pergunto-me A incoerência se veste de civilização E a civilidade anda nua... Despida de sentimentos... Nenhum vestígio de atos humanos. Sinto-me triste e indefesa. Mas vamos seguindo, Sempre tendo muito ainda por dizer... Quem sabe um dia alguém nos ouvirá, Quem sabe! Autora Liê Ribeiro Mãe de um rapaz autista.
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Água doce, vida dura, Releio velhos textos, Revejo antigas fotos E toda trajetória parece vã. Passos gastos, Trilhas falsas E a chegada sempre distante, Culpo-me pelo tempo perdido. Mas se o tempo passou E nós resistimos, valeu vive-los. Mas há dias de vazio, Como há dias de sentimentos preenchidos. Eu te guio. Mas quem me guia? Eu te protejo, Mas quem me protege? Entende do que escrevo? Há dias de monstrinhos em alertas. Há dias de anjos auspiciosos... Essa é a nossa luta cotidiana e vencida. Esse é o aprendizado... E quando mais perto ficamos da matéria Mas longe do sentir. Mas não deveria ser assim. Costuro sonhos, Em cochas de palavras soltas Queria entender sua fala, Compreender seus gestos Poupar-te dos preconceitos Criar-te como quem cria anjos. Forrar tua vida de sorrisos e brumas... Mas a vida é dura, E precisamos romper as barreiras... Armar nossas defesas E acreditar no futuro, Mas como ele só chega amanhã Vivamos o hoje! Autora Liê Ribeiro Mãe de um rapaz autista.
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É assim essa tarde fria... Esse vento na cortina, Esse pensamento longe. Há vozes no sobressalto da vida Vozes cansadas, aflitas Luzes que se apagam... É assim que nós vivemos, Esperando o dia da partida, E que ela não se apresse. Componho a partir do silêncio Mas há um burburinho de vozes Que nos inquiri a pensar... Porque falamos tanto e pensamos pouco E se pensamos muito, do que falamos mesmo? Concatenar as ideias é o tormento do pensar... Queríamos apenas sentir, pressentir a dor e fugir Como a caça foge do caçador... Isso você faz muito bem... O refugio das gaivotas. Sorri e nunca chora, quase não fala E pouco compreende Mas sente, sente como ninguém poderia sentir... É assim que as horas se perpetuam. E o mundo segue apressado para sua extinção. Mas nós estamos aqui, Sozinhos nessa sala fria, nesse instante único, Eu compondo e você ouvindo o som da musica Sorrindo para si mesmo e a paz que é tão breve, Não espere a musica acabar, adormeça E sonhe, sonhe muito... Pois na brevidad
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Não se esconda Eu não te farei mal, Eu não pretendo Descobrir teus segredos Nem revelar-te ao mundo Apenas olhar teus olhos Entender teus gestos... Não se esconda Minha curiosidade não é de revista Apenas descobrir quem és... Se já nos conhecíamos, Se há alguma empatia, Nessas linhas com seus sentimentos, Responda-me com teu sorriso, Quero enxergá-lo em meio as lágrimas Eu te conheço sem ver-te... E quando o mistério cair na cortina da vida Saberás que todo poeta é meio profeta, Meio anjo, meio demônio, quase imortal... Pois ele parte, mas seus poemas ficam... Mas lhe peço não se esconda mais... Valerá à pena, arder, sofrer, ser feliz Poder reencontrar-se no espelho, Sair das sombras e brilhar como um arco íris... Autora Liê Ribeiro Paz e luz
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Calcei meu coração... A junção da razão e da poesia É briga de gente grande... Ser quente em meio à neve de viver... Gela-me a transparência do iceberg... Cercam-me tantas possibilidades Vencer a solidão... Ou entregar-me definitiva em seus braços... Cortam-me as palavras insensatas... Arrepiam-me as frases subjacentes De uma corrente que nunca se quebra. Calei a fala, ela jamais foi entendida... Persisti em querer ser ingênua... Minha nudez de alma Revela-se em areia de papeis... Começo sem fim, meio sem principio... Onde eu posso estar Se nada me pertence, E eu não pertenço a mais nada... Refugio de poeta é a loucura... A brandura das tardes sem tempestades Fechei o pensamento... Deixei os sentimentos morrerem a mingua Que poder eu tenho de me vencer? Quis o impróprio, Um colóquio de anjos Que ao me verem assim tão distante Foram embora de mim... Que poder eu tenho de me vencer? Autora Liê Ribeiro Paz e luz...
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Há um branco no pensamento Quem viveu o tempo E das horas fez escola, Sabe bem do que escrevo As vezes dá um branco... Havia tantos sonhos ontem Mas o ontem passou muito rápido Você mal conhece dos sentimentos Mas se aninha no meu colo. Como quem me pede para ensinar Como se faz para sentir, ter as sensações... Mas logo você foge, Sentir lhe faz ter medo... E lhe confesso que muitas vezes dói muito... Mas outras vezes nos fazem bem. Essa é incoerência do ser humano. Entre o fogo e água se perde na terra. Eu poderia deixar a vida lhe ensinar. Mas a vida não o conhece como eu, A vida é dos espertos, da malicia, Do poder a qualquer preço. Mas eu lhe confesso, que muitas vezes Gostaria de me refugiar nessa sua casa interna Fechar as portas e as janelas, Plantar a sensibilidade e colher a inocência. Mas veja que ironia, tenho que ficar do lado de cá, Preciso vigiar seu portal, não deixar ninguém magoá-lo, Mas até quando? Eu me angustio somente em pensar... Quando terei descanso? Quando acre
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Às vezes eu me arrasto Pobre lagarta perdida Em busca de um casulo Para se isolar... Às vezes o custo das horas Vai pesando em minhas costas Um olhar sem brilho vê Apenas a cor cinza da tarde chuvosa... Mas eu percebo o arco Iris Por detrás das nuvens... Então há esperança. Nessa alma inquieta. Não me siga, Às vezes eu não percebo o outro Mal compreendo o que ele fala... Às vezes a dor é necessária Esse perceber-se intensa de desejos, E toda dor é uma facada em nossa carne É uma ferida aberta, que pouco cicatriza A! Esse tempo, corroendo os sonhos... Mas os sonhos não são palpáveis Pois sempre estão além das nossas mãos Os sonhos são metas, são lágrimas... São risos soltos. São momentos tantos, que nem notamos Porque essa presa de vida se ela é passageira? É nossa necessidade diária de luz... Algum sentido em estar viva, Não pelo pão seco, Nem pela matéria perene Mas sim por essa lagarta Que rasteja hoje, mas um dia Irá se transformar em borboleta! Autora Liê Ribeiro Paz e luz...
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A beleza da correnteza, As incertezas são maiores que as certezas Esse ritual diário, Essa rotina tão igual, Tantas necessidades inúteis... Mas há beleza na correnteza A perseverança, amiga intima da esperança Precisamos sempre daquela palavra! Que nunca foi dita... E o vento que poderia varrer os maus pensamentos. O toque suave do piano, Algo de relevante para se fazer... Mas o tempo se perde nas horas. A luta é de guerra... Travada nas ruas, nessa solidão dos rostos Nessa presa de gestos, nessa falta de espaço... Mas a tanta beleza além dos olhos... A tanta essência além da matéria E o mundo se extingue, por falta do simples... Aquele momento único... Que não se compra nem se vende Mas quando penso no fim... Aparece em meu coração um começo! Autora Liê Ribeiro Paz e luz...
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É dia, mas todos os dias são assim, A água, a terra, o fogo, o ar... A composição solida que corta A porção humana que nos cobra, Deixa na porta o teu recado... Estarei ausente. Preciso me recompor, Do que? Nem eu sei, mas a vida me chama... Concepção de horas, Não me fale das mesmas coisas. Todas as coisas são poucas... Quando necessitamos de algo a mais... Quem tem a poesia, não precisa de analise... Os demônios e os anjos, poderiam se entender Cada um cedendo um pouco... Não repara a bagunça. A vida me parece confusa, Todas as coisas nos seus devidos lugares Parece-me coisa morta, Paisagem cinza, quase nada... A poesia não é lógica, nem é alto ajuda... A poesia algo além da vida, Um pouco amante da morte... Quase dia, quase noite, a aurora! Autora Liê Ribeiro Paz e luz
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Chega de porquês ... À causa de todas as coisas Pequenas ou grandes É o sonho do criador... Chega de falacias vazias Eu acredito é na prova da ciência... Mas a ciência não prova nada... A ciência questiona. E faz contas e mais contas... Somos tão velhos e novos Somos tão fáceis e misteriosos. A sinapses da incoerência pura. Não se prova a existência Da onipotência, Mas também não se prova o contrário... Chega de pseudo-intelectuais de verbetes... A vida é breve, mas intensa... A vida é amiga da morte... E nunca dela escapou... Nem a menor de todas as substancias Não se renova, tudo se recria menos nós... Revise sua vida? O que fizeste dela, Palavra obvia, coisa pouca... Mas vou te confessar ao pé do ouvido Se é que ouvido tem pé... Chega de porquês siga a seta do seu olhar... Nunca pense com o cérebro... Sempre pense com o coração, Ele é menos sensato, E mais profundo. Ele te faz mais humano e menos cético Chega de porquês, viva pelo segundo Aquele milésimo que lhe falta para ser feliz
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Não diga que o tempo não apaga a memória É mentira... As pegadas se dissolvem na areia das horas... As vezes uma foto amarelada, Nos faz lembrar de algum momento Mas de todos os momentos, Ficam apenas os vestígios Do primeiro beijo, Do primeiro calafrio... Toda uma vida para desvendar... Mal sabíamos que a vida se abrevia. Sua eternidade não é de matéria. Sim, a poeira do tempo cobre as digitais... Leva os nossos entes queridos. Mas havia tanto por falar Tanto para dividir, acrescentar, perdoar... Fica para próxima vida. Do que fomos, das coisas que sonhamos Ficam apenas os nomes, Alguns nem lembramos mais... E a luta é para continuar... Mas perceba como nós ficaremos esquecidos Um dia também... Mas da escrita, nem o poeta escapa... O brilho do amor nas estrelas.. Uma vontade inquietante de se redescobrir... Quanto tempo não escrevo Das noites de lua cheia, dos sonhos perenes Das musicas lentas em noites de paquera E da simplória manhã de outono... Mas tudo pertence ao passado, Lutamos
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Se eu pudesse escolher como você seria... Deus, como eu te escolheria? Não consigo imaginar. Não imagino-te diferente. Talvez eu perderia esse seu sorriso... Talvez eu me acomodasse nessa vida obvia... Talvez eu perdesse o prazer de desvenda-lo... Há cada passo, há cada palavra solta,há cada olhar firme... Não , seres humanos não se escolhe. Mas o futuro nos promete seres programados Deus, como imaginar tamanha incoerência. O Poder da ciência, o término da existência... Da forma lúdica, dos traços idênticos... A! não me culpe por amar-te assim. Não é ilógico nem mórbido... É esse olhar que me invade... Que me pede para compreende-lo Pelo defeito de fabrica Do gene, do cromossoma. Perfeito em sua parte humana, Porque tu; Não conspiras, não criticas, Não tem olhos tortos, nem invejosos. Perdoa, viajar nessa récita, Querer compensar minhas mazelas, Houve sim, um sentimento de perda, Um medo da vida,de como seria... Da sua palavra muda, sua compreensão distorcida Sua memória privilegiada,
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Acordei inquieta, Pensei; se eu não faço o quero E se faço o que posso. Não é ser completa... Algo de vazio e de profundidade! A! esse desassossego, Esse desapego a matéria... Essa poeira na alma... Espana-la é encontrar vestígios De alguém que sonhou... Mas acordou... Você transformou minha vida Numa grande roda gigante E eu tenho horror de altura. Eu tenho vertigem do girar E a vida me enjoa as vezes... Acordei assim, meio dia, meia noite Quase sol, quase chuva... nada satisfeita Você acorda disperso, sorrindo E derruba minha resistência. Me pede um beijo, E eu me acho ridícula... São as lições da vida Que se fazem repetidas Mas não há porque sofrer Cobrar-te ou querer-te diferente. Tudo filho é um questão de dia És lindo mesmo que as vezes Os olhos desatentos do mundo Não o veja, és lindo.... Mesmo que os olhos de tua mãe As vezes se turvem, és lindo... Autora Liê Ribeiro Mãe de um rapaz autista Paz e luz