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Mostrando postagens de dezembro, 2009
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Coração, amiúde Bata por todos Ame a todos Mas somente Um terá sua batida definitiva... Memórias tantas Doutro modo, vou-me O mar me espera... Preciso navegar Do que plantei Quais serão os frutos? Sou-me em fragmentos Sobra pouco da pessoa Vai-se muito da poetisa. Todas as coisas se confundem Ou se fundem em mim. Aqui, acolá a vida pulsa Mas minha alma sempre se refugia... Na doçura dolorosa De uma manhã quieta e com chuva Olho de longe o mundo. E dentro de mim uma roda gigante A girar lentamente. As janelas trazem aos meus olhos Todo mistério alegre e triste De um ano que parte e chega No cais de todos os momentos. Autora Liê Ribeiro Paz e luz...  
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Ano novo De um mundo velho, Roupa nova Num corpo já cansado. Não tema, O tempo nunca envelhece A esperança sobrevive à duras penas, Cada ano, todo ano, mesmo sem nós... O céu chora, Derrama sua tristeza Mas sejamos felizes Por um dia, por hora, Na virada Quantas expectativas guardadas Quantas perdidas Pela subjetividade do dia... A! É ano novo, De uma poeira velha, Da história que se repete No universo... Morre o outro em nós Para nascer o desconhecido ser Que sempre habitou nosso interior Aquele que sorri e crê. Aquele que mesmo nas horas mais difíceis Estende seu melhor momento... Para que todos possam habitar... A retrospectiva do poeta no mundo Sempre foi a busca pela beleza interna... Pela cumplicidade das letras com o pensar Por alcançar os corações em busca... Algum sentido Que não fosse somente matéria Aquela essência que mantém A vida sempre em sintonia com etéreo Doce ilusão, poeta, o ano é novo, Mas a vida está envelh
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Sonhei que andávamos de mãos dadas Seu sorriso brilhou como sol em minha janela, O vento soprava em seu ouvido seja feliz. E o silencio era quebrado pelo ronco das ondas Nos rochedos... Sonhei que nada poderia ferir nossos corações, E que o amor é como a tempestade Vem com tanta força... Que quase nos derruba. Mas depois se abranda em nosso peito... Ainda temo pelo futuro, Ainda a realidade do dia me angústia Mas como é bom sonhar... Como alivia segurar suas mãos... Doce fantasia. Sensação de união e cumplicidade Num certo momento sentei-me E fiquei observando sua alegria, Nada em nós é obvio... Nada em nós é subjetivo. Há um misto de dor e alivio, Há um olhar que nos uniu... Nenhuma palavra pode descrever O que vai ao nosso interior. Peças que precisam ser encaixadas Ruínas que precisam ser restauradas Fragmentos jogados em nossa mente Formando versos que a ti ofereço. Hoje acordei menos triste Uma vontade de arrumar a desordem Abrir as
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Diga que não é verdade, Nenhum dor é mais forte Que a nossa felicidade. Nenhuma distancia É maior que esse nosso reencontro. O que pode acabar? O que deve continuar? Eu não quero parar para pensar. A solidão soa-me como aprendizado. Precisamos de um tempo Para que a saudade chegue, Mas ela já viveu em nós a tantas vidas Temos saudade do que não fomos Saudade do que poderíamos ter sido. Viajei por mais terras Do que aquelas em que toquei, Você não sabe o quanto sofri, Mas nenhuma aflição é para sempre, Para sempre normalmente acaba. O que fica é a eternidade do que sentimos O maior valor de todas as descobertas São aquelas que ainda não vivemos. A montanha e o serrado, A água e o deserto, tão perto, tão perto... Certos momentos do dia, Recordo tudo, e tudo Vai se embaralhando em minha mente Penso; quantos bocados Ficarão de mim desta vida... Desta turbulenta sensação de impotência Deste desassossego da minha alma Desta ausência doid
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Laços, e correntes, Momentos, Aprendemos a nos procurar, Mesmo no vazio da casa. Quadros e sofás, E a solidão fica mais latente Aquele instante que não esperamos, Mas que virá com certeza. Na correnteza da vida, Janelas e portas, Devo caminhar para não sofrer tanto... Devo inspirar-me na complacência do tempo Que inalteradamente passa, Dias e anos que formam os séculos, Devo respirar a liberdade. Quintais e soleiras Nem a chuva que se anuncia chega Foge das minhas lágrimas, Doce e salgado não se misturam. Já é tarde, Vou catando as sobras de ontem Vou organizando roubas Que sentido há? Se não estás... Bom eu preparo o chá, Deixo esfriar, Procuro um pedaço de bolo, Queria apagar por um instante meu pensamento. Queria conversar com alguém Mas vou dormir, a noite é minha amiga Aquieta-se, para que eu descanse. Logo você voltará, e a nossa rotina Renovar-se-á, será? Mas todo pássaro precisa voejar Deixar seu ninho, outros céus aprec
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Dizem que devemos renovar a cada ano Podemos renovar o guarda roupa Toda a matéria. Mas como renovar nosso intimo? Quantas vidas se passaram E parecem velhas ainda nossas atitudes. Velhos calos, Velhas dores Que às vezes parecem somente se renovar. E a coragem de mudar? E a paciência, de buscar cada resto de magoa Que ficou em nós, Jogá-la fora, outra deverá chegar; ano novo De vidas cansadas... Não me engano, Parece que nunca aprendemos, Naus sempre a deriva, os nossos corações Sorria é a fotografia que ilude. Quanta divida por pagar! Quantas ruas por caminhar, Quantos séculos para nos aperfeiçoar E esperamos sempre para o ano novo, Mas o pensamento é antigo, Preso a toda história, Mal acabada, todos os lugares que estive Nenhum conhecido, vazio, preenchido. Mas dentro de mim mora um anjo Que me diz, vá, não sofra tanto, Mas sou e serei sempre essa pessoa Que precisa de um olhar verdadeiro Um farol e a me conduzir... Mas mesmo que

A todos meus amigos desse Blog

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Meu poema de Natal... A todos um feliz Natal e que estejamos 2010 por aqui, Agradeço de coração por visitarem meu blog, E que meus poemas realmente lhes façam Às vezes tristes outras alegres, mas que Alcance de verdade todos os corações Gabriel manda um beijo, e eu aquele abraço fraterno!   Nossa oração de Natal Pai nosso que está dentro de nós Rogamos por tua graça, Agradecemos tua presença Em cada minuto de nossas vidas... Pai nosso que habitas em nosso íntimo Santifica-nos na luta, Que nunca fraquejemos na lida, Graças senhor pela benção do amor, Legitimado a cada instante... Conquistado á cada dia, Pai nosso, que sejamos dignos De teu olhar divino... E que todas as beatitudes Não sejam raras nos atos de cada filho, Pai nosso, que seu reino Nunca seja algo inalcançável... Que os tesouros sejam do amor demais Que distribuímos a cada semelhante Pai nosso, que a nossa vontade Seja a de doar-nos de alma e coração Aos pequenos que tanto a
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Muito prazer, Desconhecida forma de ser Nessa vida, que não é nossa Nós vamos seguindo Passos e pé... Admiro sua busca... Tesouro tão bem escondido Dentro de si... E eu vou escavando bem devagar. Um gesto; e eu me deixei levar. Um olhar essa é a pista Para eu te reencontrar Já vivemos num estado, Latente de irmandade. Cobri teu corpo gelado Pela lapide do passado, E toda a tempestade tomou-me Arrancando-me Do mundo... Dura vida sem você. Foram séculos, De horas que nunca passavam Nossa irmã era especial também Triste moça abandonada O quanto nós a amamos... Nunca tivemos coragem de dizer, Em seu canto, em sua leitura, ficava. Por que não percebemos sua dor? Você se foi, ainda tão cheio de vida. E eu cansada de nada fazer, Na minha vida perdida Entre as charnecas e neve. Nenhuma luz, nenhuma esperança. Como a solidão corrói A mais crente das criaturas E todos assim indo embora, Como se estrada da morte Fosse nossa verdadeira traj
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Eu queria achar um jeito Menos dolorido Para expressar o que sinto, Queria não somente Escrever de nós, Todo dia o mesmo dia... Mas a dia de chuva Outros de sol, Aquele mesmo olhar Um dia pode mudar... Enxergar além do obvio Não espero nada, E quase quero tudo Essa dissoluta forma de existir... A mesma água quente, A mesma consciência, Odeio meus pés no chão Prefiro voar, voar... Sei que cortaram minhas asas Mas meus pés queimam Esses passos gastos, Eu tive a dádiva de uma noite!Aleluia. Mas como uma noite somente É tão pouco para quem necessita De toda a vida... Mas o ontem está tão longe. E o amanhã quase na janela Vem nos acordar, Há uma realidade por vestir Uma rua por caminhar Uma lida para enfrentar Fecho os olhos e nada lembro Instantes deveriam ser constantes Romances deveriam ser eternos E nada poderia apagar os vestígios De um grande amor, Vivido a duras penas, de horas roubadas De vidas cansadas, náufragos de qu
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Não preciso florear o poema. Não preciso de aprovação Nem do perdão dos desavisados. O amor é algo inexplicavel Ele nos faz romper barreiras Algumas que diziam impenetraveis Confesso, que a dor as vezes Fere, como faca afiada... Faz cicatrizes por toda vida E por toda vida Para mim é muito... Que tal fazermos um acordo Eu paro de lastimar Você vem um pouco pra cá... Não tenha medo O mundo parece um grande urso Que nos faz tremer, Nos esconder, nos refugiar bem lá no fundo, de nós mesmos... Mas olha como o sol se pondo é lindo... E a vida por mais indefinida É bela em sua essencia Nada é vazio de aprendizado Cada manhã uma nova flor nasce Façamos por onde não esmorecer Um pingo é começo do oceano Um passo é todo caminho a perseguir Fique tranquilo, jamais desistirei de você Seria desistir de mim... Por isso,mesmo contra todos os adjetivos, E toda desinformação humana Todo preconceito e desprezo. Vamos vencendo cada dia Uma nova bat
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Nós somos felizes Não é meu filho... Nós dançamos Nós cantamos, Nós rimos Eu choro Pois saber chorar É uma dádiva Mas quase sempre Somos alegres e sorrimos. Você é minha ponte Para que eu não me perca Na subjetividade de viver... Na futilidade do ter. Você é minha escola, Quantas vezes eu reprovarei? Para aprender a te entender. Mas sempre tive suas mãos Buscando as minhas para guiá-lo... Elas estão aqui... Luzes e sombras Vozes e silencio O que importa mesmo É que na maioria do tempo Nós somos felizes... Autora Liê Ribeiro Mãe de um rapaz autista .
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Eles dizem que somos loucos... Eles cospem em nossa cara... Porque continuamos então? Porque insistimos em lutar? Pura prova de amor Essa persistência diária Eles nos esquecem Num canto qualquer do mundo. Mas seguimos andando Passos firme na direção do sempre... Essa roda da vida, Essa dor roubada Esse limpar o suor misturado a lágrima. Esse acordar todo dia, cada dia Em busca da sua felicidade Pouca coisa, Uma bolacha recheada. Um copo de suco gelado, Uma musica tocando em sua alma... Tantos eu, perdidos no acaso, Se já fomos fogo, um dia; seremos água. Se já fomos terra, um dia; seremos ar... Não há lógica que nos defina... Por isso a rima, Por isso esse olhar de admiração, Por isso nossas vidas olvidadas Vão se completando em nós... E o que ficará? Talvez essas linhas... Amareladas pelo tempo Nossa história, nem alegre nem triste, Revelada na poesia! Autora Liê Ribeiro Mãe de um rapaz autista.
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O poeta declamou assim: Volvei-me essas horas profanadas Pergunto aos transeuntes Que cor é o céu? Tão cinza do meu viver É a loucura que me veste Esse apanhar de flores desprezadas Ouçam que tem ouvidos para ouvir Disse o mestre... Dura surdez humana, Ninguém ouviu... Era ele um grande poeta Ensinando por parábolas A poesia não é metáfora, Nem simbolismo barato A poesia é a parábola do coração E a vida eterna que o mestre pregou Vai à matéria ficam as rimas. A arte barroca da alma inquieta e vadia... Simples, por vir de sonhos, enternecidos. O mestre sonhou... Seu sonhar era de infinita beleza Tal qual a natureza... Foram tempos de gloria, Quando o pequeno o sol se agigantava A lua dormia, E as nossas vidas eram menos vazias, Mesmo na dureza do frio, Mesmo no esquecimento dos ensejos Havia  poesia, nos olhos das pessoas! Autora Liê Ribeiro Paz e luz.
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O silencio da espera, Parece que em algum momento Algo dentro de nós se quebra. O silencio da espera, Decifre a vida para mim. Em algum momento Parece que ela é de outro mundo. Preciso ler os poetas... Preciso entender Se eles passaram o que eu passo, Essa dor de existir... O silencio da espera O trem que nunca chega A plataforma que sempre está vazia E olhar que sempre se perde Num horizonte deverás longe... Um grito emudece dentro de mim Pedaços de nós que precisamos catar Aqui, ali... Fragmentos de sentimentos. Devia haver algo a mais Desses dias que vivemos... Lua e lida... Não creio nos navegantes Pois eles nunca voltam Nem nos levam em suas aventuras. Não creio nos seres Que acham que as pessoas são secundarias O lado humano do ser É o compadecer do outro. É o vestir sua nudez É sentir sua fome É calçar seus pés descalços Limpar sua ferida, Abraçar sua solidão Segurar em suas mãos sujas. O silencio da espera, Mas ninguém t
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A pessoa e a palavra Vivemos num mundo de aprendizado, Onde a ignorância não é de livro É de humanidade.. . Eu me relato... Sou o avesso da palavra Sou o inverso da pessoa, Eu me basto. Ilusão. Mal carrego meu destino... Mal consigo continuar De onde eu comecei... Que bom que reconheço Minhas falhas, minhas dores cálidas. Vivemos num mundo Que o belo é um ser inalcançável.. . Limitam-no A bela roupa, O corpo de atleta. Enquanto alma enrijecida pela estupidez Padece de um saber que é etéreo Quantos olhares tristes? Quantos arroubos de violência E a metáfora que condena Pois seu simbolismo é cruel... Lembra do sonho? Do mundo limpo das mazelas... Lembra do quanto Desejamos que você Não sofresse, e eu te olho E seu sorriso ingênuo Mal entende... Que há pessoas e pessoas Mas eu me visto de soldado Eu vou a guerra injusta Que os homens criaram Não vou sofrer ... Se ninguém nos entender, Eu vou morrer te defendendo Eu vou arrancar
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O que é autismo para mim... Aquele que foge da realidade? Qual? Essa que temos que assistir. Num quadro real do mundo. Lideres borrando-se Chafurdados em esgotos Políticos escrotos Rindo da burrice do povo. Bocas famintas vendendo Sua ética por um saco de arroz A fome é cruel Corrompe as almas famintas... O autismo para mim... É uma viagem ao mundo da poesia Das galáxias infinitas Da ingenuidade dos anjos... O termo, ou adjetivo Cantado pelos pseudo-intelectuais É pura falta de criatividade, Pura ignorância de almas frias. O mundo é feito de pessoas Que nunca enxergam Além da criação e a criatura Acham que falam do que sabem E na verdade não sabem nada, Repetem a mesma gasta fala... Para denunciar o obvio... Mas o que é mesmo o autismo? Um mistério a ser desvendado Alguém guardado a sete chaves Uma perola rara... Uma dor quase de morte... Uma crueldade do gene... O cavar em nós o melhor e o pior... Aquela busca incansável pela felici
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Ouça o que eu preciso dizer Essa voz que nunca fala É a minha consciência... Não posso ser somente lamentações. Há uma história por contar sempre. Capítulos de alegria e de tristeza Porque não? Ouça o silencio. Quando a vida dorme E os transeuntes se aquietam, Nossa vida é um flash back... A passar na parede vazia Do nosso quarto. É a solidão nos testando. Uma montanha russa Às vezes a vida nos tonteia. Mas ouça o que meus olhos dizem Mas do que minhas palavras Que muitas vezes se perdem em mim. Ouça a paz... Ela pousa uma folha solta Na varanda... É o renovar do mundo. Não precisamos sempre Ter algo a dizer... Ouça a chuva imaginaria Que em dias de secura Vem nos despertar. O que importa mesmo É ter muito por ouvir E pouco por falar... Eis aí todo aprendizado! Autora Liê Ribeiro Paz e luz...