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Mostrando postagens de março, 2010
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Liê e Gabi Eu queria uma formula Que me fizesse revelar Tudo que penso e sinto. Não posso fazê-lo espontaneamente. Nem a analise entende Que quando você canta, Com sua fonética própria Algo de encanto toma meu universo. Mas a realidade não é somente cantar. A realidade é crua e pode te machucar, E quando corres e eu não te alcanço Algo de temor me toma uma sensação de perda. Aonde vais, que estradas tu queres? Porque o mundo não te seduz? Como não apreciar o canto do mar? Mas quando andamos de mãos dadas Pela areia macia... Algo de mágico vem nos tomar. E a esperança que se veste de espuma, Lambe nossos pés, e você sorri. Porque as pessoas não entendem Que tu és feliz assim... Porque não entendem Que o diferente, igual lhe parece Que é somente um ponto de vista. O prisma da Luz que nunca poderão enxergar. E a conivência falsa dos olhares O que me importa! Se entre a porta e a rua Tens o olhar mais adianta no horizonte. Nenhuma falha n
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Procuro meu filho Ele pode estar Em cada gota de lágrima Que derramo nas horas de solidão. Procuro meu filho Ele pode estar Em todas as noites de insônia. Nos dias de dores atrozes. De vida reinventada para se adaptar. Procuro meu filho, Nas horas em que pude descansar Querendo entender seu pesar. Querendo encontrar sua rota... Procuro meu filho Na esperança que não deixei morrer Nas estrelas que insistem em brilhar Nas noites de paz que pude vivenciar. Procuro meu filho Dentro do meu olhar. Algum vestígio que me faça encontrá-lo. Algum rastro que me faça segui-lo... Procuro meu filho Na mudez das horas que passam No tempo que não podemos perder. No amor que jamais deixarei de sentir. Autora: Liê Ribeiro Mãe de um rapaz autista.
Espelhando a alma! "Eu escrevo à hora que quero A inspiração é uma metafora. Mas será que realmente Escrevo o que sinto... Maldita dúvida que sempre nos persegue Se há um motivo para a escrita Não há para esse silencio aterrorizador... E no palco da vida, Todos representam bem o mal Suas histórias... Eis aqui o espelho da alma!" ****** Estou longe, Não quero Estar perto Numa distancia oceânica Coloco-me. A fala é cansada O olhar é periférico... A batida descompassada É de um coração. Velho de guerra... Estou quase viva E uma palavra me salvaria Dessa inércia de existir Quero dar um tempo, Quero silenciar minha mente. Não ser repetitiva Mas que barca furada Esse quase minuto de sanidade. E a ligeira sensação de felicidade. Que vem e vai como chuva de verão... Estou quase presente nesse momento. Num raciocínio ilógico... Pergunto-me: Quem plantou a fé, colherá a eternidade? Quem garante o prometido... Mas como eu preciso cuidar do
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Para você todos os versos, contornos e nuances, Para você toda lua toda nua, quase minha! Para você toda noite, todas as estrelas e a chuva Para você todo passado, todo presente e o futuro Para você minha alma, minha pele meus pêlos Para você meu olhar, meu direito, meu avesso Para você minha boca, minha fala, minha confissão Para você, somente para você Minha vida, minha lida, Meu melhor poema, Somente para você, meus mistérios... Liê Ribeiro paz e luz...
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Meu velho poeta O barco afundou A vida se perdeu As horas findaram... O que fizemos marujo? De todo oceano de sonhos... Plantados em versos. Da vida, Colhemos desertos... Arida manhã de outono... Nada é como antes, O hoje, somente, solidão. Visões de mar eu tenho... E o velho cais... E todas as gaivotas A areia e o por do sol. A! Velho poeta, Não há tempo nas horas Não há vida nas vidas Somente corpo e pesar. O interlúdio de um poema Sempre se perde nas linhas. Cruzamos o limiar da sanidade E a loucura nos parece salutar. Porque negar? Porque rezar? Nenhum milagre a vista Nem precisamos dele Temos a poesia Que nos cura da indiferença Tempestades e maresia Mesmo que nos afoguemos em palavras Será melhor,do que viver No raso da existência. Autora Liê Ribeiro paz e luz
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Eu queria criar uma ponte Uma ponte segura Para que você atravessa-se O que eu te ofereceria do outro lado? Um amor incondicional, Um olhar carinhoso, Minha vida, minha lida E um mundo perdido... Pensarás, que ironia... Que graça tem? Tudo milimetricamente desorganizado. Todos jogados a sua própria sorte... Mas eu queria criar uma ponte... Para que você pudesse Crer que do outro lado, Haveria todas as formas desconexas Mas uma miragem além do horizonte De uma felicidade te esperando sorridente. Mas ser feliz é uma questão de sentir... Sentir que mesmo na dor, aprendemos Que vale a pena cada dia de vida... Mesmo que o peso dos anos Envergue nosso corpo cansado. O que foi feito, feito está... O que deixamos de fazer, Ainda podemos realizar... Mas creia, eu queria que essa ponte Nunca fosse destruída... Mesmo que estejas Somente no meio dela... Eu sempre ficarei aqui... Esperando que percas o medo e atravesse. Autora Liê Ribeiro Mã
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Eu, nós, você! Quantos personagens Teremos que representar? No palco da vida Quem nos assistirá? Compreenderá o nosso pensar? Quando te vejo dançando Penso em nuvens, Quando te ouço cantando Penso em anjos... Mas o mundo é árido A rotina é desgastante E a normalidade cansativa. Logo todo calor humano Extinguir-se-á... O que nos sobrará? Um amontoado de fragmentos Que ninguém quererá juntar. Por isso eu escrevo, Por isso eu devaneio Por isso eu ainda insisto Nessa trajetória poética. E leio um poema antigo Revejo fotos amareladas Cada passo por nós dado, Todas as dúvidas e toda dor... Foram somente Páginas que deveríamos viver, E se há alguma felicidade em nosso destino. Um dia eu e você a encontraremos Creio! Autora Liê Ribeiro Mãe de um rapaz autista. Paz e luz...

Elis Regina, completaria 65 anos hoje.

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Casa No Campo Elis Regina Composição: Zé Rodrix e Tavito Eu quero uma casa no campo Onde eu possa compor muitos rocks rurais E tenha somente a certeza Dos amigos do peito e nada mais Eu quero uma casa no campo Onde eu possa ficar no tamanho da paz E tenha somente a certeza Dos limites do corpo e nada mais Eu quero carneiros e cabras pastando solenes No meu jardim Eu quero o silêncio das línguas cansadas Eu quero a esperança de óculos Meu filho de cuca legal Eu quero plantar e colher com a mão A pimenta e o sal Eu quero uma casa no campo Do tamanho ideal, pau-a-pique e sapé Onde eu possa plantar meus amigos Meus discos e livros E nada mais

Biel e Gabi autistas.

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Chega dessa conversa Se eu pudesse escolher Como você seria. Garanto. Não seria a minha imagem E semelhança Alias; elas são tão distorcidas. Seu eu pudesse escolher? Não seria nem certo nem torto, Alias; tu não eis uma peça de relojoaria. Que moldamos a nossa vontade. Alias que bobagem Não haveremos de ser hipócritas Se eu pudesse escolher Eu estaria leve e faceira Correndo o mundo, acessível... Alias no meu livre arbítrio Eu pude escolher, E escolhi... Ou o destino escolheu por mim. Quantas noites eu sonhei com você Às vezes um ser sem forma Às vezes um rosto conhecido e sorridente Um ser à espera de um amor sincero. Se me perguntar se eu me arrependi Direi, por você!Jamais... E quanto à escolha... Quantas nos fazemos e nos arrependemos! Todas as possibilidades perdidas. E só enxergamos aquele instante E toda covardia, revestida de medo. Mas se estava escrito e eu assinei Que sejamos assim... Água e fogo... Terra e ar,

14 de Março Dia Nacional da Poesia

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Eu não tenho a poesia É a poesia que me tem Eu não sou a poesia A poesia é que está em mim. Eu não falo pela poesia A poesia é que fala por mim... Se eu pudesse gritaria rimas... Se eu pudesse sussurraria estrofes Aos ouvidos mais atentos... E aos olhos mais apurados Cada linha  um destino Um desígnio divino, uma trajetória. E seu eu não existisse A poesia existiria por mim... A poesia não é somente um dom! É  um jeito de ser diferente Uma alma carregada de sentimentos Que se não fossem expelidos Implodiriam em palavras nossa mente. A poesia é minha irmã Minha amante Minha mãe, minha madrasta Minha consciência atormentada Minha alegria escondida. A poesia não tem um dia Nem uma data em especial, não. Pois a poesia é eterna Mesmo que a poetisa finda Mesmo que todas as lágrimas Nunca sequem. Pois sempre haverá um coração que ama. Sempre haverá alguém que a leia, Sempre haverá um papel em branco Para ser preenchido, quem dera de Poesia!

Quem é você?

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 Gabriel nenem. Quem é você que já existia antes de mim? Quem é você? Que viveu em meus pesadelos Que perseguiu meus sonhos, os mais profundos. Que eu buscava em minhas ilusões de menina. Que eu temia reencontrar... Quem é você? com nome e sem identidade, Com contornos e sombras sem formas. Quem é você? Que veio habitar meu mundo E me fazer repensar em cada instante. Em cada minuto da minha vida. Dorida existência de cores e sons... E de um profundo silêncio. A tarde quente e distante. Faz-me observar-te por detrás do sorriso. Quem é você que me responde Com poucas palavras... Que não entende minha recita Nem o mundo como ele se apresenta. Que vive pelo pão, pelo sono, pelo banho E por toda musica que puder ouvir. Quem é você? Aonde me reconheço nos traços... E me identifico na sensibilidade da arte. Onde a lógica é quase sempre ilusória. E a vida vai seguindo seu ciclo. Não posso pensar no tempo, Nem quando tudo definitivamente se a

Dia Universal da Mulher! Na visão da Poetisa.

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Mar ou montanha? Mulher ou menina? Quem costurou nossos destinos? Quem nos deu a incumbência? De viver por todos os seres? A flor é mulher... A Lua é mulher A natureza é mulher. A dor é feminina Parideira de sonhos Faz da vida uma lida De uma tênue esperança. Cava sua própria história. Executiva ou humana? Quem separou os genes? Entendeu de todos seus mistérios? O principio do amor na história. Forte ou frágil? Quem irá viver sem seu lado feminino? Á lágrima é Feminina Limpa a alma, feminina dos seres. A bússola é feminina, E nos guia pelos mares do acaso. A mãe e a filha Dois personagens De uma mesma história sofredora. Quem dera realizadora de milagres Quem dera o mundo a cobrisse de rosas E entendesse que á séculos É-lhe negada a verdadeira homenagem. Um  olhar amigo, Uma palavra de conforto e amizade Pois o dia universal da mulher Será sempre a imagem de Maria. Mulher simples de olhar doce Que ao pé da cruz. Não
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Vou ser breve, Quando dou uma gargalhada Não finjo, nem forço uma situação. É a minha criança interior... Que se debate para não envelhecer... Vou ser breve, Como a brisa na cortina, Não escreverei sobre temas A poesia não é filosofia, Nem procura explicar o pensamento... A poesia é reveladora de sentimentos, Os mais incoerentes e desconexos. Uma vontade de nunca esmorecer Nunca deixar o tempo corroer a esperança. Vou ser breve, A poesia é como o girassol Que persegue a luz do sol para existir... E a inexpressão dos que não sabem. A imutável coragem dos poetas Na breve existência de um Deus, Aonde os rostos vão e vem Na vidraça do meu carro. Ninguém se conhece, Nem o poeta se identifica Com tanta falta de inspiração. Mas se a vida é breve A alma do poeta é infinita. Autora Liê Ribeiro Paz e luz.
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Dizem que você é o comportado. E que  eu sou a espoleta, Que você é que me conserta. Mal sabem o caminho que percorremos Quantas vezes eu achei Que tinha te perdido para o autismo. Seus olhos... Longe Seus gestos repetidos Sua distancia oceânica. Sua ilha em meio ao mar do autismo. Mal sabem quantas noites chorei, Quantos dias Eu acordei querendo esquecer. Que teria que enfrentar a lida. Dizem que eu é que preciso de médico Pois minha hiperatividade Faz-me enjoar rápido dos diálogos, Que se analisarmos bem... Pouco alcança os nossos corações. Dizem que a diferente sou eu, Isso é um elogio para um poeta A transparência de uma alma errante. Sim, vencemos a distância. Criei meu barco interno Remei até sua ilha e vi... Que não estavas sozinho Havia uma pessoa escondida em seu olhar. Apresentei-me em frases curtas, Segurei em teu leme... E lá fomos nós, eu com minha hiperatividade Você com seu autismo... Atravessamos o mar desconhecido e
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Meu Poema em Oração! Repara como o mundo demora mais Para se recuperar! E quando pensamos em futuro Falta-nos compreender o presente. Se colhermos o que plantamos Quanta seca nós veremos... Quantas árvores mortas nós recolheremos. Quantas crianças sem quintais Nem lua, nem estrelas E o pior sem a beleza do mar... Repara como as horas caem lentas Por detrás da montanha, E os dias parecem longos e sem sentido. Às vezes penso que sou eu, Nesses meus dias inquietantes Às vezes o que vemos É o que realmente se passa dentro de nós. Mas porque as pessoas correm sem direção? Porque os limites da coerência? É se armar e sair matando a vida do outro Como se ela nada valesse... Repara como o ódio brilha dos olhos das pessoas, E todo bem que alguém faz, Esvai-se em cada amanhecer Repara como o sinônimo de bom é ser tolo. Quase um idiota, quase impossível... Mas quando ouço a oração de São Francisco Algo de esperança ainda nasce em meu coração.
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Eu deveria escrever por código Deveria amar por cifras Mas meu coração ouve o som do silencio E chora... Chora pelas bocas famintas Pelo extermínio do planeta... Pelas catástrofes Criada pelo ser humano, Que dor essa que entra em nossa casa? Pessoas falam e nada dizem Pessoas ouvem e nada entendem As geleiras derretem nossas esperanças Os mares engolem seus marujos. E nossos filhos! Nossos filhos mal terão um planeta para viver. Eu deveria gritar, mas o silencio da morte Ronda as ruas... Pessoas paradas, em meio às tragédias Mal compreende que temos culpa Por cada degelo, por cada aquecimento. Por cada enchente, por cada morte Sim temos culpa... Assumamos! Então façamos um pacto com a vida Com os que nascerão... Se nascerem, Que plantaremos cada árvore arrancada Que andaremos a pé. Que recolheremos nossos próprios dejetos. Que limparemos o céu. De toda nuvem escura Que entenderemos que a simplicidade É mais valiosa que qualquer tecn
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Vamos combinar assim, Poucas palavras Muitos gestos Quero olhar teus olhos E enxergar neles A alegria que sempre faltou. O sol foi embora, cansou A chuva chora por dias... São as lágrimas do universo, Sua forma de desabafo. Vamos combinar assim, Eu não te cobro, Nem grito, Nem te faço ser o que não és! Toda dor, fica por minha conta. Rocha e todo mar batendo... Calejada pela lida, Sou meio sorriso, Meia lágrima. Você olha da janela a chuva intermitente. Pagaria um tostão pelo seu pensamento! Longe seu olhar vai além dos pingos. Se eu pudesse relataria para ti... Cada instante, Vamos combinar assim. Eu tento apresentar-lhe a vida Você tenta senti-la... E o meu desejo É que você seja feliz, sem regras. E se há limites Nós as romperemos Não por imposição Nem por fórmulas milagrosas Vamos combinar assim, Eu chego você confia E vamos seguindo nossa vida Com certeza um dia a chuva passará E o sol de mal do mundo, Nascera por detrás d