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Mostrando postagens de dezembro, 2011

Poema FELIZ ANO NOVO, PARA MEU FILHO, GABRIEL, autista.

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Meu filho Todo ano Você me ensina Que há sempre Um novo mundo Para conquistar Todo ano Eu acredito No caminho Que você tem mostrado a seguir. E quem dita é o coração O mapa de sua alma Nada diferente Nem tão pouco igual Tempestades vencidas Tantas outras ainda por vencer Todo ano Eu vejo Seu olhar se abrindo um pouco mais Deus! Como eu desejaria Que fosse só beleza que ele visse... Mas a cada ano Sua mãe envelhece E você amadurece Renovando esse sorriso Deus! Como eu desejaria Que ninguém pudesse tirá-lo Do seu rosto... O que pedir para o ano novo meu filho? Que a sua felicidade seja: Aquela que vem nas coisas mais simples Aquela que se veste de inocência Aquela que aprendi a admirar... Que não precisa de fórmulas nem de tecnologia Está nessa sua alegria... Que me renova todo dia... E me faz sobrevivente dos ANOS! Autora Liê Ribeiro Mãe do Gabriel Gustavo, autist

Poema amar, mar, amar

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Eu confesso Que ainda não aprendi. Perseguir a vida cansa Alcançar a paz Muitas guerras por vencer. A vida mantida presa No olhar de cada ser... Preciso me nutrir De alguma luz Preciso distribuir mais afeto. Eu confesso Ainda me alimento De alguns sabores amargos Preciso adoçar meu paladar Preciso da verdadeira motivação... Dia após dia... Todos merecem viver Mas precisamos partir Todos merecem ser feliz Mas você está triste Insisti no mesmo caminho Passos e cansaço... Uns correm, nem sabem pra que? Outros fogem, nem sabem para onde Vamos combinar Tudo está uma baderna O certo e o errado E a maldade parece estrela de cinema. Mas confesso Ainda tenho esperança Ainda carrego certa inocência Ainda prefiro o amor que não deu certo Do que nunca ter amado... Mas se você quiser Vamos por aí... Caçar as horas Esquecer as dores Ano que passa ano que chega O que importa? As velh

Poema de Ano Novo parte 2°.

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Eu peço, Eu desejo Eu me esqueço. Mesmo nas horas Mais solitárias Eu enxergo a luz. Pois a escuridão Não me assusta mais... Antes foi ontem Hoje é o sempre Amanhã espero... Deve chegar Aqui ou entre lugar... Pois vivo de horas Persigo minutos À séculos Faço a mesma viagem Quando descansarei? Acho que jamais... Atos, hinos... Uma tênue esperança Vale à pena Sempre valerá Todas as lágrimas Todos os sorrisos Milhões de poesias Que poderiam forrar As almas de ternura O que pedir? Talvez alguma coisa pequena Mas que seja grande por dentro Talvez mais altruísmo Menos individualismo Acordei pensando nisso. E se eu ganhei algo Suor de minha pele Se eu plantei algo Amizades sinceras Se eu errei Saber pedir perdão A lição que fica Aquela que ensinamos Quando aprendemos a ser Um pouco mais humanos... Meu filho autista Tem me ensinado Que o tempo Não é nem a favor, nem contra Segue seu curso E que toda a espera Não é por um milagre exter

Poema Dia de Chuva !

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Quieta à tarde! Ontem choveu o dia inteiro... E vida encharcada Trancou-me na solidão. Ninguém cantou Ninguém na rua fria E eu querendo Uma ponta de sol ao entardecer Para me aquecer. Foi-se o dia lento e chuvoso Versejar essa realidade Para quem? Uma ponta de tristeza Nasceu em minha alma. Sem a certeza da felicidade Fui dormir... A chuva diluiu as estrelas A lua se recolheu Mas o canto do vento molhado Fez nascer em mim uma lágrima. Tudo é tão real... A previsão do tempo diz: Amanhã dia de sol Com algumas pancadas de chuva Tanta lambada eu já levei da vida Pele dura, coração mole.   Essa é a dor do poeta! Tudo é terrivelmente sentido Pressentido no poema Se há sol, busca o dilúvio Se há calma, busca o mar bravio Se há lógica, quer o abstrato... Mas não me esqueça aqui Nessa nevoa densa do existir. Nem acredite que não serei feliz. Ainda é cedo Pouco sei de mim Quisera ent

Abençoado seja o tempo! O acaso de todas as coisas...

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Abençoado seja o tempo Alguém me avisa Que algo ainda estar por vir Esse futuro incerto Promessas cumpridas Vida reescrita... Em nenhum momento Culpar a nada nem a ninguém. Você não pôde escolher seu destino Então devo desenhá-lo com cuidado. Devo crer nas manhãs Preparar o caminho Flores e espinhos Pedregulhos e areia movediça Cuidado com esse labirinto Que é nossa vida... A saída é a chegada Ontem já é passado Hoje faremos uma lista de desejos A força da mente O limite do cérebro Meu coração risca As linhas do nosso acaso. Cumpram-se os desígnios O acaso é inteligente Desenhou as águas e a terra Fez-nos quase a sua imagem e perfeição Errou nos detalhes... Dia e noite, à tarde para temperar nosso olhar. O sol e o mar que casamento perfeito. O acaso deu-me o dom da poesia De poetizar a morte, um ciclo necessário. De poetizar o lindo por do sol no horizonte O acaso, que me fez amar Esquecer o ódio O que levarei? Restinhos de tudo que vivi...

Você é meu Presente!

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Eu pensei Que me acorrentaria Ao seu autismo Que morreria Presa a sua deficiência Mas qual nada Aprendemos A ser livres Nesse amor mutuo Carrego-te Para meu mundo Como quem Ensina um pássaro Preso em sua gaiola A conquistar a liberdade De voar sem medo Andamos de mãos dadas Corremos para alcançar a vida A vida pra ti se resume Em ter as coisas mais básicas O mundo em slow motion Para não perder o sabor Muitos amargos nós provamos. O papai Noel Não tem barba, nem vem de trenó... A mamãe Noel. Não traz nada de novo, nem de caro Nem carrega surpresas Que não seja dizer-te Que todo dia ao seu lado É um presente Embrulhado para ser aberto aos poucos Sem presa, sem ilusões O que vou encontrar Se for esse seu sorriso... Que tesouro, para sempre guardado Em minha retina... Autora: Liê   Ribeiro Mãe de um rapaz autista .

A Particula de Deus!

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Daqui de onde estou Posso contemplar A chuva raivosa Querendo varrer o mundo das pessoas Às vezes acho que seria O melhor a se fazer Tanta mazela Tanta escuridão A ausência da luz do amor. Mesmo que não se queira pensar... Compaixão não se compra Se doa sem querer nada de volta É nesses momentos Que me atenho Quando persigo a tal felicidade Que não está nas vitrines Nem nos passos apresados Aquele instante de paz e união E a partícula de Deus Não está nos átomos Mas dentro de cada um de nós. Triste quem não percebe esse fato E maltrata o seu semelhante Não respeita seus diferentes Corrompe seus valores. Segue acreditando na artificialidade Dos dias vazios... Como se a vida fosse tão rasa Que não valesse a pena reescrevê-la. Deixa o homem se achar Deus... Pois na verdade não há Nenhum segredo a desvendar... É só tirar as travas do olhar E abrir os olhos da alma E lá estará sua face

Poema da Noite Chuvosa!

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Não vê Que tudo que faço A sempre um pedaço Do teu desejo... Talvez um dia Eu deixe de escrever Talvez não haja Mais nada para registrar Papel em branco Mas vida um eterno rascunho... Se há respostas Que alguém aprenda a buscar Nós? Nós vamos navegando Por esse mar calmo Após atravessarmos Nossas tempestades interiores O máximo que nos abalamos São as ocasiões Que eu mesma estou inquieta Arredia com o dia e com você E você passível espera Que eu retorne da minha incoerência Dou mil passos E parece que não saio do lugar Não há perfeição fora caridade, eu sei! Não chegamos até aqui Sem nenhuma dor Vencer o tempo, nem as horas conseguem. Vamos assentando nossas poeiras Vamos limpando nossas agonias Do que vale seguir sem nenhuma Esperança A mínima que seja. Então pegue em minhas mãos e sigamos! Autora: Liê Ribeiro Mãe de um rapaz autista!