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Mostrando postagens de outubro, 2012

Modernidade Primitiva!

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Não há alegria nas formas Não há sentido nas falas Tantas vozes que nada dizem Não há lógica no sentir Se nos faltar o amor Sentires que nos tomam Complexos e incoerentes Orar e vigiar... Mas precisamos agir Estender as mãos Limpar as mágoas Enxugar as dores Quantas falácias em nome de Deus Quantas intolerâncias em nome de Deus Não posso perdoar o que não compreendo Não posso julgar o que em mim está repleto Emergir da ignorância requer humildade E a palavra cuspida não volta à boca. E todos os atos marcam como ferro quente Do que temos o que levaremos? O que somos quem guardará? O que aprendemos em dois milhões anos? Parece ainda tão primitivo Eletr ô nicamente primitivo Cientificamente primitivo Inventamos tantas coisas E ainda não aprendemos a ser felizes... Autora Liê Ribeiro Poetisa. Mãe do Gabriel/autista. 31/10/2012

O padecer do Sonho!

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    Se me perguntarem Do que padeço Direi Que padeço por sonhar. Sonhar com um novo amanhecer Onde a paz é real Sonhar que a cura da nossa matéria Vem de dentro e não dos remédios Sonhar que todos verdadeiramente são irmãos Sonhar que se extinguiu toda maldade Parece utópico demais. Mas é assim o pensar do poeta Seu ideal de mundo Não é um paraíso insosso Mas uma relativa compreensão do amor Onde os valores não se medem pelo ter Mas pelo aprendizado de como ser Ser menos egoísta Ser menos individualista Ser menos exigente Consigo mesmo e com os outros Ser honesto e não achar isso vergonhoso Ser humano sem querer ser herói Viver nessa cidade de aço Já um ato de coragem Não precisamos provar nada a ninguém E a nós compete acreditar Que apesar de repetentes Na arte viver   Um dia aprenderemos A dor não é punitiva, Mas oportuniza o aprendizado. Um dia, enterrarei meu corpo.

A paz e a poesia!

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    Nesse momento de calmaria A falta de chuva A cair na grama, no jardim. Em nossa alma... O mundo seca... Lavar a roupa suja Limpar o caminho Acreditar no presente Espanar a poeira Presumir o futuro de quimeras! Não é para o poeta Percorrer passos gastos. O portal e o acesso ao paraíso Que jamais existiu... Todas as janelas abertas O voo da Borboleta A falta de um novo olhar. Tirar a roupa envelhecida Jogar fora velhos conceitos Tomar um banho Emergindo do mar Alguma estrela a brilhar Nessa vida cansada e curta. Quem roubou nossa credibilidade Poderia devolver. Os valores distorcidos Por uma humanidade sem humanos Tudo é valido, quase surreal. Do que vale tanta ganância? As bravatas... Onde se faz de tudo Por um poder apodrecido. Mesmo assim vou sonhar Com o horizonte Algum lugar que eu possa Ver finalmente a face da paz. Autora Liê Ribeiro Poetisa

A alegria e tristeza!

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    Onde você se esconde alegria? Será que morreu? Acordar para lutar, Acordar para correr O dia  já nascendo cansado. A tristeza insistindo em duelar Por um lugar dentro de mim. Outros mares, Algum motivo para sorrir... Manhã que se perdura até o fim da tarde Sonhar acordada seria o alivio Para tanta realidade exposta. Repara bem o sol brilha. Independente da nossa angustia Das minhas lágrimas... E ao meio dia ele castiga Com um calor  de deserto. Toda a vida para lidar Com as nossas próprias limitações No final o que restará? Da menina que corria a estrada E que achava tudo maravilhosamente poético Mesmo a dor... Era para ser vencida Em cada linha em cada estrofe.   Essa distância quase intransponível Entre a razão e a dor. A mente sabe que não deveria ser assim. Mas o coração dolorido Não consegue sorrir. O que vês em meu rosto Infelizmente é como minha alma está... Autora

Poema da Espera!

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    Não posso ganhar do tempo Ele para ti é o dia, o mês, o ano. Nenhum significado simbólico Real como objeto concreto. Segue... Mas você nem percebe! Que ironia Para a mãe Ele é terrivelmente cruel Aprendemos e desaprendemos Irremediavelmente Para ti o pesar É colocado tudo em minhas costas Sofrerei por ti Morrerei por ti Mas não posso viver seu autismo por você. Passarei como tudo passará Até você... Mas o quanto aprendemos Um com outro... Você a compreender minhas falhas... Eu a não questionar o seu ser Você a me olhar pedindo as dicas Dessa vida Cheia de altos e baixos Regras e limites Simples e ao mesmo tempo Complexa como a nebulosa Mas como o acaso é terrível Pela lei da natureza Sua pessoa já seria extinta O mais fraco sucumbindo ao mais forte. Mas há uma lei que é imutável E que Darwin esqueceu de catalogar A lei do amor... Se eu quero eu tenho Se

Na paz do seu carinho!

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Imaginar-te preso Num mundo desconhecido Jamais foi o meu pensar A liberdade está no sorriso. Imaginar-te sofrendo Por não saber Se há lógica na vida Jamais foi o meu desejo Mas se pensarmos melhor O que somos são os nossos sonhos... Houve uma época Que realmente imaginei Que seriamos desconhecidos Em mentes parecidas Imaginar-te longe de mim Por causa do seu autismo Nunca... Chegar não foi fácil Como muitos pensam. Chegar foi tirar a pele Sangrar nossas angustias Rasgar o preconceito Limpar as dores Mas como somos frágeis Às vezes ela vem e nos toma Às vezes estamos desatentos As primícias de um amor Que não é de submissão O dom e a palavra Imaginar-te maduro Numa mente infantil Só cria em mim uma maior responsabilidade O Mundo real na maioria das vezes é cruel A luta às vezes parece uma guerra infindável Mas não pensarei no amanhã Pois o hoje me parece tão perfeito Pois podemos ter todo

O tempo e os Fatos!

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Ando esquecida das letras Uma falta qualquer De lógica que não me compõe Nem sempre a vida é inspiradora Nem sempre me permito ouvir A voz da poesia! Uma falta qualquer de alguma parte Que me complete O tempo e os fatos. O que é prioritário? Com certeza não são os sentimentos Talvez nem em mim mais. Ando chorona A peça e a conversa Que se perdeu no silêncio A falta de fala... Na boca A falta de amor no coração Extingui toda possibilidade De uma civilização humana O sopro qualquer de esperança Perde-se na dura rotina Uma sede qualquer Que nenhuma água pode suprir A secura talvez não seja De fora para dentro Mas sim dentro para fora E mesmo mergulhando Num mar lágrimas Nada, nada voltará, Ao principio de todas as coisas   Reinventar um novo começo Quem sabe traga algum alivio Se da vida só a vida levamos E se tudo termina antes de pôr-se Acordemos... Autora Liê Ribeiro Poetisa Mãe do Gabriel/autista. 01/10/2012