Parece ter sido ontem,
Foi quase há um minuto atrás.
Num relance breve do tempo
Gabriel...

Já tinha um nome,
Bem antes de ter um corpo,
Já tinha um grande amor...
Por ele a espera...

Mas parece ontem,
Seus olhos arregalados,
A mirar um mundo estranho,
Um pequeno ser perdido.

Rodeado de tanto mistério,
Quem aquele corpo abrigava?
Parecia tão meu, parecia tão distante...

Gabriel,
Que a mim, se aninhava tranqüilo.
Às vezes apenas em seu mundo habitava.
Desconhecido, de todos, tão parecido consigo mesmo...

Hoje no caminhar do tempo;
Continuo, a nos colocar diante
De um rapaz sensível e diferente
Mas em sua alma para sempre
Habitará apenas o menino Gabriel.

Autora:
Lie Ribeiro

mãe de um rapaz que está autista.



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