
Tenho em mim todas as horas
Não necessito fugir
Já compassiva a vida
Entrego-me a solidão...
Não necessito fugir
Já compassiva a vida
Entrego-me a solidão...
O silencio
É a cura do meu pensar...
Para que buscar horizontes?
Se minha vista é tão curta...
Ofusca-me a falta de humanidade
Que mesmo em mim às vezes foge...
Mas somos fragmentos do que já fomos...
E nada pode curar um coração dolorido
Apenas o tempo assenta todas as poeiras
E a dor que era insuportável ontem
Hoje dói em gotas...
Ninguém e nada é definitivo
Apenas o amor concerta uma alma arredia
E o que dura em nós, é passageiro no outro
O que cabe em nós não caiu bem ao outro...
Às vezes somos racionais, outros vezes loucos...
Às vezes o que sentimos não é lógico...
O que parece uma brisa a outrem
Em nós uma violenta tempestade
Que bate como as ondas no rochedo...
Às vezes é difícil viver,
Outras vezes é tão saborosa...
Nessa incoerência que povoa nosso interior
Nada é infinitamente feliz...
Nessa incoerência que povoa nosso interior
Nada é infinitamente feliz...
Mas a dor é provisória
Como a vida é passageira...
E o mundo sua estação...
Mas a culpa, sim é nossa...
Essa imperfeição, o medo, o enredo
Pior que o soneto...
Mesmo assim, vamos seguindo
Meu cá, meu lá, quase inteiro,
Ainda pela metade...
Quem sabe um dia, quem sabe...
Autora:
Liê Ribeiro
Paz e luz
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