Não existe mais o porto,
Poeta Pessoa...
Apenas as ruas, e as valas.
Não existe mais
Um céu de estrelas, Cecília...
Só nuvens escuras.
Há uma falta imensa
De inspiração apaixonada.
A ânsia de esperar
Pela noite de lua cheia.
Não existem amores derradeiros
Caro Machado...
Nem o príncipe morrera ao lado da amada
Meu dramaturgo Shakespeare...
Mata-se por ódio, por vingança
Por poder, por intolerância.
O amor plantado nas entrelinhas
Quase desaparece nas estrofes.
Não existe mais praças, caro Drummond...
Talvez uma bala perdida,
Talvez uma vida mal vivida.
Mas porque remodelar a dor?
Não existe mais o impressionismo
Caro Renoir...
Nossa vista contempla
A contemporaneidade fria e obsoleta.
As vias cinzas de olhares mortos.
Não existe mais a linha do trem
Maestro Vila Lobos...
A vida se resume na realidade das estradas.
E o romantismo na estação antiga.
Dá lugar ao descalabro dos metrôs
Abarrotados de pessoas cansadas.
Não existe mais aquele personagem
Dos nossos sonhos, Clarice...
Os castelos e o povo pequeno
Sucumbiram por falta de fantasia,
Triste Marion...
Nem a loucura nos salvará
Caro Vicent...
E toda poesia se tornou comum
Amiga Emily...
Não existe mais charretes
Para vencer a solidão
Menina Charlotte...
O capitulo da vida,
Começa e termina da mesma forma.
E se há alguma nostalgia nessas linhas,
Perdoa,
Nem vivi tanto assim...
Para compreender
Que toda tecnologia
Não evitará que sem amor e arte,
Sejamos extintos...
Pobre humanidade que aqui jaz!

Autora
Liê Ribeiro
Paz e luz...


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