Deixe-me no canto...
Está frio na primavera
E a vida se espreguiça em mim...
Deixe-me quieta
Um sono tardio me toma.
Uma vontade de quietude
Nenhuma palavra,
Nenhum telefone me incomodando...
Nenhum pensamento arredio
Nesse momento
Quero apenas o silencio dessa tarde
O que você quer?
Toda a minha vida eu depositei
Na esperança de sua felicidade.
Plantei sonhos, tenho colhido expectativas.
Mas me deixe um pouco quieta.
Não quero pensar no feito nem no por fazer...
Quero apenas adormecer, ouvindo a chuva
Acordar é doloroso hoje...
O sol se foi, a primavera se escondeu...
Você não pára de andar...
E eu só queria um pouco de aquiescência
Para essa alma afastada de mim
Preciso restabelecer as prioridades
Mas por hora, deixe-me aqui
Todo rio secou, toda vida parou
Quero aprender a parar também.
Pare você um pouco
Somente por alguns segundos
E que sejam eternizados para nos dar
A cura da dor, pois quando penso demais,
Saiba que dói, então mesmo
Que não entendas minha linguagem,
Mesmo que minha dor...
Por você não seja sentida...
Que culpas têm?
Pegue seu mundo encantado e faça como eu...
Vá dormir...
Autora
Liê Ribeiro
Mãe de um rapaz autista.
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