Se eu pudesse escolher como você seria...
Deus, como eu te escolheria?
Não consigo imaginar.
Não imagino-te diferente.

Talvez eu perderia esse seu sorriso...
Talvez eu me acomodasse nessa vida obvia...
Talvez eu perdesse o prazer de desvenda-lo...
Há cada passo, há cada palavra solta,há cada olhar firme...

Não , seres humanos não se escolhe.
Mas o futuro nos promete seres programados
Deus, como imaginar tamanha incoerência.
O Poder da ciência, o término da existência...
Da forma lúdica, dos traços idênticos...
A! não me culpe por amar-te assim.

Não é ilógico nem mórbido...
É esse olhar que me invade...
Que me pede para compreende-lo
Pelo defeito de fabrica
Do gene, do cromossoma.


Perfeito em sua parte humana,
Porque tu;
Não conspiras, não criticas,
Não tem olhos tortos, nem invejosos.


Perdoa, viajar nessa récita,
Querer compensar minhas mazelas,
Houve sim, um sentimento de perda,
Um medo da vida,de como seria...

Da sua palavra muda, sua compreensão distorcida
Sua memória privilegiada, sua insistência crua...
Mas se me perguntares se entre tantas possibilidades
Eu não te escolheria, diria sem nenhuma dúvida
Sim, eu quero esse ser diferente!
E tão parecido a mim...

Autora
Liê Ribeiro

mãe de um rapaz autista.
paz e luz

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