Onde estas?

Ando e nem vestígios?
Meus pés inchados
Esse deserto que nos separa.
Minha boca seca,
Meu corpo cansado

Onde estás?
Esse céu coberto de nuvens
E o mapa do teu coração
Eu perdi, será que não encontrarei mais?

Resgate-me dessa dor.
Não se culpe,
Durma e viaje,
A tanto para aprender
Em alguma galáxia, menos densa.

Deixa-me aqui um pouco
Minha mente precisa descansar
Você não me compreende
Mas me dê sua mão
Quero somente sentir teu perdão.

Mas quando as águas da primavera
Passar, nós vamos caminhar,
Queria te mostrar que ainda há beleza
As flores que infeitam os jardins

Mas onde estás?
Essa armadura impenetrável,
Esse olhar distante
Corta-me até a alma.

Não posso falar somente de luz
Se a escuridão da noite
Ainda nos assusta.
Não posso ser hipócrita
Ao ponto de sorrir do trágico.

Mas há uma luz a seguir
Há uma trilha a buscar
Algum tesouro a conquistar
Seja no deserto, no oceano
Seja dentro de nós...

Sim, um dia teremos respostas
Sim, um dia nós encontraremos de novo
Nas esquinas do universo...
Sim, e eu continuarei a te fazer versos

Mesmo que eu vá ao teu encontro
E você não me reconhecer
Mesmo assim continuarei
A fazer-te versos...

Autora
Liê Ribeiro
Mãe de um rapaz autista.

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