Domingo à tarde
De calor intenso
Ele dormiu no sofá
Seu sorriso ainda em seu rosto.
Fiquei ali,
Observando-o
Naquela paz de anjos...
Naquele momento só dele,
Quantos mais?
Quantas horas?
Todo um século,
Ele acorda,
E eu estou ali velando seu adormecer...
Ele sorri,
Levanta e corre pelo quintal...
Canta, repete as frases,
É ele, ele em sua concha
Mas também em minha vida...
Que dádiva aprender a cada dia.
Que mérito compor para ti,
Mesmo que nunca leias...
Mesmo que pouco compreendas
Agradeço aos céus
Retirar dentro de mim toda a dor
Não há o que cobrar...
Sei que vivemos num campo minado.
Mas quando o vejo feliz...
Todo arco Iris nasce em mim
Enxergo a luz em meio a escuridão
Posso enxugar as lágrimas
E junto com ele sorrir...
Autora
Liê Ribeiro
Mãe de um rapaz autista.
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