Eu vou lhe contar algo,
Mas nem eu mesmo
Sei como começar...
Há tantos diálogos vazios...
Há tantos olhares perdidos.

Mas antes de sentarmos
Antes de eu iniciar minha recita
Quem não necessita do silencio?
Pelo menos uma vez na vida...

Aquele momento para respirar,
Aquele para namorar
Aquele para se refazer,
Eu vou criar coragem e começarei:

Nossas vidas são feitas de adjetivos
Eu queria que fosse somente de verbos
Verbo amar:
Eu amo
Tu amas
Ele ama
Nós amamos
Vós amais
Eles amam.

Mas falamos o básico,
Você quase se comunica,
Mas entendo, quando você se cala,
Falar do que?
Para quem?
Em qual linguagem?

Como me apresentar?
Deus, eu te concebi,
Eu não posso entender
Que na sua retórica repetitiva
Você não entenda

O significado do sentimento amor.
Traduzir as palavras pouco importa...
O significado lúdico delas
É o que nos move,
É o que nos faz existir...

Perdoa-me, às vezes a realidade
Vem como uma tempestade a varrer minha alma
Querendo me fazer chorar.
Querendo me colocar no meu devido lugar,

Não posso ensinar-lhe a me amar
Pois o amor é um sentir inato...
Está dentro de nós, em nossa história.
Na parte instintiva do nosso interior...

Talvez eu lhe de pistas.
Do que eu desejo conversar.
Pois falamos por metáforas...
Coisas básicas, quase sem importância
Sempre falei muito e pensei pouco...

Mas se lhe prover, abrir uma brecha
Em seu coração
Sentirás que lá eu estarei
Como você sempre esteve no meu.

O que eu queria te dizer
Mesmo que somente você repita
Sem compreender a essencia da palavra
É que eu amo você e sempre amarei...


Autora
Liê Ribeiro
Mãe de um rapaz autista.

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