Olhar no espelho!

Você pensa que eu não sofro
Que a força de um oceano revolto
Às vezes me toma,
Joga-me contra os rochedos do pensar...
E perdida eu busco me reencontrar...


Você pensa que eu não sei que a realidade
Muitas vezes me cerca como presa fácil.
Eu vou para a minha insignificância humana,
Colho o que planto,
Semeio o que acredito.
Mas não pense que tenho uma formula pronta.


Mal faço o meu próprio bolo,
Essas vozes mudas...
Que permeiam nossa alma...
Canta, grita, prefiro algum som...
A esse maldito silencio.
Sei que não há concordância
A semântica do paralelo, de coisa alguma.


Mas olhe bem para meu sorriso,
Há sempre nele uma lágrima escondida.
Mas não tenha pena...
Não fui condenada ao limo eterno
Porque meu filho é autista.


Mas não pense que serei a mártir,
Nem que provarei do improvável
Somente para ser o que não sou! forte.
Minha fragilidade é de cristal...
Mas se há algo que creio,
E nesse amanhã de sol, meu filho sorrindo.
Eu arrumando a bagunça do meu interior
Para mais um dia...


Autora
Liê Ribeiro
Mãe de um rapaz autista.

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