Vamos andar um pouco,
Velhos passos
Que jamais voltarão
Por onde caminhamos!
Meus pés cansados
Dói, dói relembrar
Todas as guerras travadas
Com o destino.
Olhos de Deus em nós
Vigiam nossa incompreensão.
Uma pedra de gelo
E toda sede acabará.
Triste ilusão,
Onde estão as poesias?
O tempo cedido para amar?
A vida nos engole,
Cospe mais a frente
Migalhas de momentos...
Eu tento lembrar
Cada êxtase vivido
Forço até a exaustão
Fleches rápidos e logo somem...
Não me culpe
Não sou mágica
Não sou lógica
Quase real totalmente incoerente.
Mas se há algo que eu aprendi
É que o tempo nos consome
Que as horas são continuas...
E que o amor é eterno
Enquanto toda realidade
Não faz de nós meros expectadores
Da felicidade alheia...
Mas ninguém é totalmente feliz
Ninguém ainda aprendeu a sublimar
Os sentimentos mais puros
Guardá-los para um mundo melhor...
Mas eu preciso escrever de mim
O que eu acredito,
Se meu sorriso nunca ceder
Para todas as lágrimas.
Eu nunca dei o meu melhor.
Pois a poesia me toma por inteira
A cada palavra
Uma linha para me completar
Alinhavar meus sentimentos
Costurar meus remendos internos
Sei que não posso esconder
O que meus olhos querem dizer
Mas se há alguma forma de me fazer enxergar
Olhe cada linha com outro olhar...
A tanta imperfeição em mim, tanta
Que às vezes nem eu mesmo me suporto
Mas eu posso confessar?
O que eu queria mesmo
Era ter mais momentos mágicos
Somente para mim.
Mas se não posso eu vou me recolher
Ouvir o grito manso da solidão
Em meus ouvidos;
Acorda poeta, você está em extinção.
Autora
Liê Ribeiro
Paz e luz...
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