Você é?
Um nome?
O que você é?
Uma pessoa
Um corpo
Uma deficiência?


A! Você é aquela luz longe...
Que devo buscar.
Você é o mistério
Aquele túnel que devemos atravessar


Você é a folha solta
De uma grande árvore.
Deixa-me repousar em seu leito...
Pois você é esse rio indecifrável...


Deixa-me acreditar
Que o mundo não te cobrará.
A velha irracional naturalidade
O que vês?


Quando além das estrelas
Um raio corta o céu?
Talvez a parte molecular
Dos pingos caindo em seu rosto.


E se você se descobrisse
Nas águas da chuva?
No deserto das vidas normais
Talvez chorasse por tudo


Que passou pela sua retina...
Talvez dissesse que foi válido
O vaso quebrado
Sendo colado, mas não mais igual


Somos assim na vida
Para cada vitória uma dor latente
Para cada dia, toda uma existência vazia
A ser preenchida...


Vista a camisa,
Precisamos arrumar
Toda a desordem do mundo
Incomoda-lhe o papel no chão.
Todas as vozes
Numa falácia sem sentido...
Fazem-lhe querer se esconder.


Há tanta cor em seu interior
Só não vê quem não quer
Pois a cegueira não é física
Mas á de não saber enxergar
Além do olhar.

Há tanta beleza em seu semblante puro
Nessa simplicidade de viver,
Pelo pão, pela musica, pelo instante
Do banho, quanta alegria...
Nas coisas mais tolas...


Para ti um paraíso!
Para mim você não é um rótulo
Não é um fantoche
Não tem a obrigação de ser normal


Nem de se enquadrar
Alias quem mesmo definiu a normalidade?
Deus era totalmente desvairado, convenhamos!
Vamos rir meu filho, vamos rir...






Autora
Liê
Mãe de um rapaz autista.

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