Vou soltar você...
O mundo te espera
Mas você nunca cresce
Vou soltar sua mão um dia...
Mas terás sempre a sensação
Que as minhas estarão firmes
Em tuas mãos...


Vou seguir um dia
Mais adiante, quase o fim
Um novo recomeçar...
Mas você seguirá,
Se iras amadurecer.


Quem saberá?
Mas a vida lhe espera,
Naquela velha esquina
Outros caminhos, duros ou fáceis...


Nunca te perderei...
Nosso amor verdadeiro
Faz de nós eternos na vida,
Seja ela etérea, seja ela material...


Diferenças sutis...
Que ainda não aprendemos a aceitar.
Vou colocar você na roda do destino
Nessa existência lúdica,
Algum sentido para se defender.


Sim, você precisa aprender...
Que ninguém é totalmente confiável
Mas ninguém é totalmente mal...
Não quero pensar nisso hoje,
Não posso sofrer pelo amanhã


Mas a poesia sempre se antecipa
Coloca-me nessa dúvida,
Me tortura a escrever,
Estamos tão próximos e tão longe


Queria que fosses feliz
Como o sol a banhar o amanhã...
Como as estrelas a anunciar a noite...
Como lua refletida nas águas.
Queria que na sua inocência
Ninguém lhe magoasse...


E essa poesia que não me deixa dormir,
Vem jorrando, em meu pensar
Como uma nascente de rio
Que não pode ser represada...
Mas um dia realmente terei que soltar você!



Liê Ribeiro
Mãe de um rapaz autista.
paz e luz

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