Nada é completo nada...

Vivemos a metade de hoje
A outra dormimos...
A metade da vida
A outra ainda não foi encaixada.

Vivo; cansada de mim.
Essa cabeça a pensar, pensar...
E não me deixa dormir.


Nada é completo, nada.
Nem a palavra, nem o poema.
Sempre fica algo,
A metade do querer.


O pedaço por completar
Vivo, no mar de mim...
Naufraga de um desejar
Algum porto para descansar meu olhar...


Esse coração metade amar, metade sofrer...
Quem entenderá?
Algum poeta sobrevivente,
Das naus a deriva desse mundo encharcado.


Mas ainda há as metades
A metade de mim, a metade de ti...
E o ser inteira que nos falta.
Então não termino o começado...

 
Deixo para quem souber fazê-lo.
Toda metade de mim amputada,
Outro pedaço de mim, flagelada
São assim esses dias


Que a realidade vem como enxurrada
Nada é completo nada,
Eis o sentido da eternidade,
Sintomas da idade falta sempre uma metade!


Autora
Liê Ribeiro
Paz e luz...

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