Liê e Gabriel com 8 anos.





Dói-me o coração
Ver tanta incoerência
Nos atos das pessoas.


Mas se acalme,
Não sofro por sua diferença
Nem me sinto pior,
Nem me sinto melhor...


Os espinhos do destino
Vão cortando nossa alma.
Mas vamos lambendo as feridas
E seguindo...


Não posso desejar que entendam
As nossas vidas
Pois elas são únicas,
Com suas dores e alegrias,


Com suas limitações,
Mas também com uma esperança tênue.
O que você é não pega!
Nem é contagioso.


Mas creia;
Não abro mão do seu olhar
Não abro mão desse seu cantar
Não posso desejar o mesmo á ninguém.

Que cada um, cumpra o que lhe cabe.
Nada é injusto ou punitivo.
Eis a cura de todo mal.

Há lógica nesse pensar?
É que o amor não é uma matemática exata
Nem se mede pela genética.
Ele é cheio de nuances


Que somente a fé e esperança nos mostram.
Mas o irracional para mim...
É o preconceito, a pena
O medo de que vida nos ensine
Da maneira mais dolorida.

Ando por uma estrada
Que não tem fim...
Meus pés doem, meus olhos choram


Mas jamais abriria mão de caminhar
Ao seu lado...
Mar e deserto,
Terra árida, buraco negro...


Mas se há um paraíso!
Não precisamos de passaporte,
Nem de um rosto conhecido
Nem de aprovação do outro...


O amor nos transportará
Para além dos olhares frios
Da humanidade desumana
O amor nos resgatará...
Dessa nau que é viver!


Autora
Liê Ribeiro
Mãe de um rapaz autista.

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