Não posso te perder
Não quero anoitecer
Sem ter vivido
Intensamente o dia.
A aflição deslocada...
Pela mente que luta
Bravamente para não enlouquecer
E você aí quieto em seu canto.
Parece entender meu momento
Olha-me atentamente
Não mereço tamanha consideração
Afinal a incoerência me veste...
Não posso esmorecer
Ficar correndo ao contrario
Nadando contra a maré
Esperando algo acontecer
Viver por viver, é pouco...
Mas não posso mentir
Quero mais, que esse dia
De curtas horas, de dores longas
Não posso abreviar o tempo.
Nem lhe quero pisando em ovos...
Demoramos tanto a quebrar
Nossas resistências,
Não quero mais cercas que nos separe.
Quero seguir o rumo
Que sempre me guiou
Meu coração errante
Vencendo o medo.
E se não for pedir muito
Dê-me sua mão,
Às vezes demora um pouco
Para que eu emergi dessa agonia.
Que é maior que meu desejar.
Mas acredite diante tanta escuridão
Sem nenhuma luz que nos guie
Mesmo assim não posso te perder!
Autora
Liê Ribeiro
Mãe do Gabriel Gustavo/Autista
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