Biel e Gabi autistas.



















Chega dessa conversa
Se eu pudesse escolher
Como você seria.
Garanto.

Não seria a minha imagem
E semelhança
Alias; elas são tão distorcidas.


Seu eu pudesse escolher?
Não seria nem certo nem torto,
Alias; tu não eis uma peça de relojoaria.
Que moldamos a nossa vontade.


Alias que bobagem
Não haveremos de ser hipócritas
Se eu pudesse escolher
Eu estaria leve e faceira
Correndo o mundo, acessível...


Alias no meu livre arbítrio
Eu pude escolher,
E escolhi...
Ou o destino escolheu por mim.

Quantas noites eu sonhei com você
Às vezes um ser sem forma
Às vezes um rosto conhecido e sorridente
Um ser à espera de um amor sincero.


Se me perguntar se eu me arrependi
Direi, por você!Jamais...
E quanto à escolha...
Quantas nos fazemos e nos arrependemos!


Todas as possibilidades perdidas.
E só enxergamos aquele instante
E toda covardia, revestida de medo.
Mas se estava escrito e eu assinei


Que sejamos assim...
Água e fogo...
Terra e ar, mãe e filho.
Mas sinceramente se eu pudesse escolher


Daria a ti um mundo menos injusto
Eu seria menos injusta.
Nada a reclamar ou clamar...
Somente agradecer


Se há outras esferas
E viver uma vida só seria inefável
Vou crendo piamente
Em nossas vidas juntos


Sem escolhas tolas,
Sem divisão de patologias
O que são rótulos?
Quando a fé na pessoa é verdadeira.


Autora
Liê Ribeiro
Mãe de um rapaz autista.

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