Eu não sou escritora,
Nem ao menos sou poetisa,
Sou uma alma perdida
Uma ave sem asa,
Um pessoa sem forma...
Pois meu sofrimento
Parece não ter fim,
Minha alegria, logo se vai,
Entre a realidade e a busca
Por uma vida menos tardia...
Tarde acordamos para ela,
Tarde percebemos
Quanto tempo nós perdemos
Ao tentar decifrá-la ao invés de vivê-la...
Mas é verdade,
Não sou o que pensas que sou
Não é modéstia é verdade,
Talvez eu seja uma contadora
De pequenas histórias
Que dançam em minha mente
E que coloca nessas linhas...
Sem nenhuma intenção intelectual...
Mas não tenha pena de mim,
Pois o que sou ainda não aflorou
Nem no papel, nem na vida.
Mas sendo aprendiz de ser.
Talvez um dia eu seja
A escritora que se esconde em mim
Talvez até me ache uma poetisa
Por hora sou somente um espectro
Em busca de paz.


Autora
Liê Ribeiro
Paz e luz...

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Hoje eu senti vontade de fugir.
Refugiar-me entre folhas e areia
Eu senti vontade de correr a estrada
Dias assim escusos de se justificar.
Mas eu nem percebi...
Que estavas aqui tão perto de mim


Olhando-me atentamente
Que havia percebido minha dor repentina,
Eu senti vontade de perdi-lhe perdão.
Conquistamos tantas coisas juntos,


Ínfimas aos olhares alheios
Mas profundos para nós...
Eu senti vontade de deitar-lhe em meu colo,
Tranqüilizar-te por tamanho descuido.


Horas, que nunca nos esperam.
Ontem, hoje, amanhã.
Sentir que a vida vai fugindo aos poucos.
Mas não te assustes,


Há dias que tudo vai esmaecendo
Em nossos olhares,
Mas um facho de luz sempre
Na escuridão nos encontrará.


Somente precisamos ficar prontos.
Em que pensas?
Daria minha vida para descobrir
Tu pensas na flor que floresce?


Na letra da musica que ouves repetidamente,
Deus eu não sei...
Não posso crer que nada pensas...
Pois seu olhar é o reflexo do que ouves...


Brilha e dança entre letras e melodias...
Quisera traduzir-lhe com competência
Os episódios da vida,
Por capítulos e cenas...


Mas não posso,
Nem eu traduzo em mim mesma...
Por isso de vez em quando
Essa sensação de fuga vem me tomar


E como um pássaro criado na gaiola,
Debato-me, me faço quebrar em pedaços.
Mas vou ficando por aqui...
Asas quebradas, mas o olhar ao longe, sempre!


Autora
Liê Ribeiro
mãe de um rapaz autista.
Paz e luz

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