Fecha a porta
Nosso mundo desencantado.
Precisa ser preservado
Pobre menino
Desaprendeu a chorar.
E gargalha como se lágrima fosse
Seus olhos perdidos e secos
Entre a sombra e a realidade
Procuras algum vestígio do existir.
Pobre menino
A rua lhe parece estrada
E corres como se quisesses
Alcançar-se em algum lugar
Não creio menino
Que secasse ás águas
De sua alma dolente
Mas sentir lhe parece inerente
Pobre menino que amou.
E cumpriste teu desígnio.
E o dialogo de um só
Vem nos tomar
Queres que eu repita a mesma frase
Como se ela martelasse insistentemente
Em seu perturbado pensamento
Como formar frases que justifique seu pensar?
Pobre menino
Vou passar a vida
Tentando decifrar seu sentir
Poucas coisas deveriam nos fazer feliz
Mas sempre queremos algo
Que ainda não sabemos o que é...
O muito é pouco para todos.
E todo horizonte fica distante.
Pobre menino
Que mundo posso lhe oferecer?
Além desse em que vivemos
Talvez seja mais seguro
Refugiar-me no teu... Por favor
Abra a porta.
Autora
Liê Ribeiro
Mãe de um rapaz autista.
Comentários
Postar um comentário