Não me desvende poesia
Deixe-me no anonimato
Deixe-me quieta no meu canto
Nem entre em minha mente
Nem habite o meu coração
Estou farta de ti...
Rascunhando meus pensamentos
Vasculhando meus sentimentos
Redobrando minhas responsabilidades
Léxicas das minhas leituras.
Preciso calar-me
Preciso silenciar-me
Desse barulho interno
De esse fervilhar em meu cérebro
O que queres poesia?
Enlouquecer-me aos poucos?
Para evitar o obvio da vida.
Não te escolhi antigamente
Nem te cavei em meu peito...
Foste tu que me encontraste
Em tão tenra idade
Habitaste a minha consciência
E todo mistério que em mim se esconde.
Mas estou ficando velha...
Não há mais em mim o frescor das palavras
Nem a vitalidade das minhas mãos pequenas.
Meu pensar aos poucos se esquece
Do que foi dito ou escrito
É a lei da preservação...
Seletiva, vou pousando o lápis
No papel sem linhas
Tortuosas lembranças que se apagam.
Mas já é tarde a aurora da minha vida
Já não preciso de sonhos...
Eles todos se entrelaçaram nas rimas
Das poesias de outrora.
E que por lá fiquem!




Autora
Liê Ribeiro
Paz e luz...

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