Parece incoerente!





Você me pede para falar de mim
Mas quem sou eu depois dele?
Parece que nem existia
E se eu for falar de mim,
Algum vazio,
Algo vago


Quase sem importância
Pois minha vida antes dele
Quase tinha utilidade.
Mais que nada...
Uma eterna busca sem achar


Uma luta sem valor
Uma arrogância
Como fuga...
Uma juventude quase eterna...
Mas veja como o tempo,


Assenta as poeiras internas
E nem me acho nas entrelinhas
Aprendi com todas as lambadas
Do destino...
E se eu ficar aqui


Por toda vida a falar e falar
Qual a formula
Que me apresentaras?
Para que eu não me sinta
Em meio à multidão, sozinha...


Mas que não seja uma receita
De tarja a preta...
Minha alma não precisa
Ser adormecida
Nem meu corpo ficar inerte...
O quero que entendas
É que sem ele,
Mesmo com todas as batalhas travadas


Mesmo com todo medo do desconhecido
Sem ele,
Nunca teria aprendido
Que mais que existir somente
Era preciso ter um objetivo...
E o meu era o seu amor por mim
Seu carinho desprendido
Seu jeitinho assim, autista!


Autista
Liê Ribeiro
Mãe de um rapaz autista.

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