Porque você ouve tanto Ebony and Ivory?





Estamos esquecidos aqui
Nesse nosso espaço...
Fazemos as referencias.
As habituais.
Andamos de um lado para outro.
Estamos aqui
Distantes pela diferença
Mas há semelhanças
Em nossos rostos.
Eu me refugio na poesia
Você na musica repetida
E repete e repete
Eu me pergunto
O queres guardar?
A letra, a melodia
Ou é simplesmente uma fuga.
Não quero questionar
Já cansei de tentar entender
Prefiro respeitar
Esse seu estado de estar
E ao mesmo tempo se isolar.
Sou tão obvia, não é?
Desorganizo meu mundo
E você organiza o seu
Desarmonizo meu ser
Você me ensina a amortizá-lo
Tudo milimetricamente suave.
Que tortura esse caos urbano
Compreendo seu tapar de ouvidos
Quantos ruídos e falas desconexas
Quanta hipocrisia nos atos...
Mas o que importa para você
É o sabor do sorvete de creme
A água caindo pelo chafariz da praça
Pessoas, o que são?
Os objetos te entendem melhor não é?
Inanimados e felizes como você
Não te cobram ser o que não és.
E a melodia da musica traduzindo o mundo.
Mas eu vou viver por tantas vidas.
Nem assim te compreenderei por inteiro
Mas creia nem eu mesma me entendo
Sou meia mãe, querendo ser inteira
Sou meia pessoa, querendo encontrar
A outra metade que me complete.
Não espalha para ninguém, mas já encontrei.
Você, A! Você sabe guardar  segredo.
Ama a paz do seu jeito de ser
Seu sorriso esquecido em seu rosto é lindo
Seu beijo roubado e silencioso é saboroso.
Seu pensamento fugidio
Longe de onde eu possa encontrar
Mas esses dias eu escrevi de mim
Das minhas alegrias, do amor.
Da poesia romântica, afinal sou humana
Tem alguém por detrás dessa pessoa, saiba.
Que respira expectativas embora!
Que acredita no derradeiro amor
Que redesenha todo dia uma nova esperança
Que sacode a poeira e vai em frente
Alias você percebe quando estou feliz eu sei.
Mas a felicidade é uma estrada de duas vias
Uma linha tênue entre o que vivemos
E o que desejamos viver para sempre
Mas nesse nosso momento de esquecimento
Nunca deixamos de relembrar
Você da musica repetida de novo, de novo.
E eu de todas as estradas que percorremos
Até chegarmos aqui , e agora? Vivamos.



Autora
Liê Ribeiro
Mãe de um rapaz autista!

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