No que me agarrar hoje?
Se o frio em minha pele
É congelante e vem da ausência
Sua ausência...
Nossa consciência vadia...
Nada se compara.
Cada dor é única.
Mas quem cravou em mim
Esse exagero de sentir.
Sinto por mim, por ti, por todos.
Não sento no divã
Prefiro andar pela estrada
Prefiro ajudar meu próximo
O peso dividido fica mais leve.
Mas pouco faço.
Minha covardia é humana
Cobra-me e me faz refletir
Se pudesse mudaria
A tua trajetória,
A trajetória de todos que sofrem.
Plantaria flores na terra seca.
Alguma alegria perene nos rostos tristes.
Mas uma angustia de horas
Que vem consumindo o tempo
Me pega na contramão.
Sinto pena, de quem não crê em nada
Talvez falta crer em si mesmo
Uma divindade de almas
Que percorrem todo universo.
E se faço versos
É para não emudecer
Perder a tato, o olfato,
O gosto pelo meu semelhante.
Mesmo diante de tanta crueldade
Às vezes nesse excesso de individualidade
Eu me agarro à esperança
De um mundo,
Amanhã mais terno
De pessoas menos arrogantes
De indivíduos menos intelectuais,
E mais simples como carpinteiro de Belém!
Autora
Liê Ribeiro
Paz e luz.
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