Duo Poema


Você diz que sou nostálgica
Que ouço musica romântica demais
Que vivo do passado
Mas veja o presente
O que eles gostam?
O que eles sentem?
O que lembrarão no futuro?


Lembra do primeiro beijo?
Parecia único, mágico, gosto de pecado.
Hoje, tantas bocas, tantos beijos.
Teve ter gosto chiclete gasto.


Você diz que devemos
Correr para frente
Mas o que devemos buscar?
Tudo tão ciberneticamente frio.


Lembro do primeiro baile
Lembro das conversas no portão
Lembro do meu avô
Contando suas histórias mineiras.


Lembro do valor que uma família tinha
Sabe! Aquela história de avós, pais, primos.
Primo do primo
Do pé de limão, sal e a boca  branca.


Dos pirilampos na lamparina em noite de verão.
Das fogueiras
Do sabor de pão feito por nossa mãe...
Ainda o sinto em meu paladar.


Ainda sinto falta do seu olhar
Buscando-me no começo da rua.
E eu escondida para assustá-la.
Você diz que preciso me ater ao hoje.


Mas o que sou hoje depende
Do que vivi lá...
Das manhãs esperando pelo acordar dela,
Do arrumar alguma desculpa
Para não fazer a faxina da casa
Queria tanto brincar, brincar...


Quantos personagens eu criei.
E com eles eu inventava tantas aventuras
Um mundo tão bonito
E às vezes assustador...

Então nunca me esquecerei
Não posso apagar de mim
Mesmo que a mente falhe
Toda trajetória de um passado


Que apesar de capítulos tristes
Fizeram-me sobreviver
E chegar até aqui, não inteira.
Mas jamais vazia...


Autora
Liê Ribeiro
Paz e luz


--------
O que é definitivo?
Sua vida assim limitada?
Mas dentro de sua alma
Quantas aventuras tu carregas.


Nada principia do caos,
Há uma força maior
Nossos corações
Sentem que essa é a verdade.


Em nossa mente ainda permeia
A dúvida, afinal a mente.
Vive a conspirar contra nossos sentimentos.
Foram anos escrevendo
Outrora em papeis


Depois em máquinas
Hoje nesse computador.
Mas dentro de mim
Ainda pulsa a velha magia


Do correr para achar
Qualquer pedacinho de papel.
E nele toda minha inspiração
Em mim a vida não se define


Em vida e morte,
Mas sim em vida e vida
Consolo para os que amam
Desconsolo para os que odeiam.


A palavra nunca completa a oração
Os olhos nunca cansam de buscar
Algo além do olhar
Nenhuma poesia é perfeita
Pois o poeta por detrás dela


Falha grosseiramente na arte de ser.
Mas o que você gostaria de ler?
A mesma resenha passada?
Como explicar o inexplicável


Nada ainda foi escrito para nos determinar.
Há tanto vazio ainda por preencher
Lacunas que haja vida, tantas mais.
Seria tão injusto carregar somente uma existência
Para errar e acertar...


E o paradigma da intolerância
Que ainda permeia os seres
Faz do mundo um teatro escuro
Repleto de atores e atrizes


Perdidos em si mesmos!
Então fechemos
À cortina dessa desesperança
E Comecemos de novo
Quiçá melhores!


Autora
Liê Ribeiro
Paz e luz.

Comentários

  1. LIndo o duo poema, é sempre bom a nostalgia. Legal a foto tbm. Um abraço! MArta

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  2. estava novinha nè?? *risos
    grata querida,Beijos
    Liê

    ResponderExcluir

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