Ontem sonhei
Que poderia
Resgatar em mim
A velha crença
De que eu seria
A Responsável
Por sua evolução
Mas nem eu mesma
Compreendo
Meu próprio evoluir
A perfeição
É tão utópica.
Ela tem que seguir regras
Que não entendemos.
Tem que ser precisa
Na sua lógica.
Mas nossa vida é tão confusa.
Cada vez mais
Distancio-me das réplicas
Busco-as em livros
Reviro meu interior
Mas ele esta cheio
De histórias passadas
De lutas vencidas
De guerras perdidas
Assisto a seu filme
Em capítulos diários.
E é tão real
Nada ficcional...
E saiba que às vezes dói
Dói um bocado.
Saber não poder
Reinventar a trajetória
Dessa incoerente existência
Mas saiba que a cada dia
Menos te desejo diferente
Que achem ilógico
Que nos condene ao limo
Que vivamos pelo instante
Somente...
O que virá depois,
Que a brisa do vento traga.
Temo perder o poder
De expelir minhas dores na poesia
Pois ela às vezes se oculta
No meu mais profundo pensamento
Às vezes você me parece
Tão irremediavelmente distante
Que por mais que eu te siga
Ainda assim me faltam passos.
Mas quando acalmo meu coração,
Fecho meus olhos reais
Seu carinho me alcança
Suas mãos me amparam
E eu volto, volto a sorrir!


Autora
Liê Ribeiro
Mãe do Gabriel Gustavo/autista.

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