Sinto falta
do que ainda não vivi
Sinto falta
Do que ainda irei viver
navegar por outros mares.


Do que você sente falta?
Fico a imaginar meu filho.
Talvez de uma mãe menos complicada
Talvez da infância perdida
Talvez do caminho que te perdeste.

Sinto falta das trocas não vividas
Sinto falta de não ter entendido
Os desígnios, as vezes tão cruéis.


Sinto falta do meu sorriso aberto
Aquele que se perdeu do meu rosto
Sinto falta de um colo de mãe
Aquele que jamais existiu.


Sinto falta das palavras doces
aquelas que se perderam do meu paladar...
Sinto falta do aconchego de um carinho
aquele breve que tive sem nada pedir.


Sinto falta de algo meu
apesar de nada nos pertencer
Nem você perdem-se.
Sinto falta da melodia romântica
fazendo nosso coração bater mais forte.


Mas você ouve a tua maneira
aquela velha musica e sorri
o quanto eu gostaria de fazer o mesmo
Nossas vidas tão embaralhadas.


Não vê,
Que sua velha mãe
ainda pulsa de vida
que precisa amar e ser amada.


Mas você segue sem saber
Se eu sofro ou o que eu sinto
Mas teu carinho despretensioso
cura-me da inercia desse dia


Faz-me levantar
lavar o rosto
pegar-te pela mão e dançar
Que importa aos que não nos vê.


Somos assim, eternos na arte de seguir...
mesmo com alma em pranto
mesmo com o corpo cansado
mesmo sentindo falta dos pedaços
Que nos completa...
Vamos em frente! sempre...



Autora
Liê Ribeiro
mãe de um rapaz autista.

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