Nada para Mim!
Não desejo
Alongar meus pensamentos
Mas quanta harmonia
Nesse seu olhar...
Quanta vida escondida.
O que te aproxima de mim?
Talvez a confiança
Talvez seja eu a sua referencia
Mas que pessoa esquisita
Essa fulana chamada mãe.
Que espera o silencio da noite
Para estar só consigo mesma
Descansar, que nada
A hiperativa pessoa
Queria um lago,
Uma grama fresca
Um cheiro de terra
Sua felicidade garantida.
A lentidão das horas
Para que o tempo não nos alcançasse
E tivéssemos mais tempo
Para ganhar do destino
Nada mais é sombrio
E quando eu disse
Que nada te faria autista
Nem a mãe geladeira
Nem o pai martelo
Pois sua predisposição genética
Estava aí parte atuante
Do seu autismo, alguns riram.
Mas enquanto
Nada ainda é curável
E a desesperança
Talvez não nos alcance.
Não me iludo
Nem me angustio
Porque o que tu és!
Está alem do autismo
O que você representa
Para essa pessoa em construção
Chamada Liê...
É tão forte e completo
Que vou dormir em paz
Beijo-te, o rosto tranqüilo
Dou-lhe minha benção
E seu sorriso adormecido
É o que me faz feliz...
Autora
Liê Ribeiro
Paz e luz
Mãe do Gabriel.
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