Poema Noturno!



Às vezes eu ando pela casa
Nem uma voz a me inquirir
Vivemos uma vida de poucas palavras
Somente os diálogos na televisão...
Vou para varanda,
E me recordo das caminhadas
Em busca de alguma luz...
O calor do sol, o cair da primavera...
Gotas de orvalho...
E o mesmo silencio...
Leio poemas,
Releio cartas
Nada parece ser real,
Nem nossa vida de fato...
Você parece não precisar de mim,
E eu vou tentando
Adivinhar o próximo passo
As montanhas vão se aproximando
E toda cede de aventura,
Cai na realidade, desse dia igual...
Os portões fechados,
Os rios secos,
O mar revolto dentro de mim...
Serei eu mesma nessa pela seca,
Serei o retrato amarelado
Na estante empoeirada?
Tão antigo quanto meus poemas.
Quem ler meus sentimentos,
Pouco entenderá do meu interior
Não somos infalíveis...
Não passamos de seres românticos
Que acreditamos em carruagens
Em mundos subterrâneos
Em amores impossíveis...
E quando toda realidade
Ser for, e o lado lúdico voltar
Me convite para percorrer
Seu jardim renovado de rosas
Seu mundo de letras e mistérios
Faça-me finalmente sorrir
Mas não demores muito
Temo virar uma estatua fria.
Numa lapide qualquer...
Sem a mínima chance de ser feliz...
Será que não serei jamais merecedora
Dessa dádiva,
diga-me que sim..
Mesmo que seja mentira
Diga-me que sim...


Autora
Liê Ribeiro
paz e luz

Comentários

  1. Charlotte é quem não deve merecer um jardim de rosas, mais uma vez...

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  2. Engana-se, ela merece um jardim de rosas, miosótis,Blues Bell,e um pouco de paz...

    ResponderExcluir

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