Um dia busquei entre as arvores
O frescor de suas folhas
Mas nada encontrei
E a riqueza maior da natureza
Seus seres em eterna mutação
Extingue-se lentamente e burramente.
Um dia sentei-me ao meio fio.
Olhei para os arranha céus
E uma lágrima cinza caiu.
O que fizemos com o mundo?
Um dia eu quis caminhar
Pelas encostas do mar
Mas o mar já havia encolhido as cidades
Imerso em minha solidão poética
Um dia tentei alertar os desatentos
Os sedentos por poder.
Que nada é maior do que a fúria
Das catástrofes ambientais.
Elas cospem seus agressores
Como que expele algo
Que lhe faz mal...
Um dia acreditei na paz
Mas observei uma guerra desumana
A subjugar o amor ao seu semelhante.
Vendo o outro como menor
Um dia em noite de poucas estrelas
Percebi o quanto somos meras poeiras
Diante das galáxias.
Um dia parei de sonhar
Com a tal reforma intima
Que cada um teria que fazer
E minha própria
Protelada pela minha imperfeição.
Um dia talvez um dia
A terra recomece do nada
Do acaso...
E assim uma nova humanidade.
Menos imbecil que a nossa.
Não queira achar-se dona do universo!
Autora
Liê Ribeiro
Paz e luz
Parabéns, muito propício esse poema.
ResponderExcluirAbçs