Por falta de amor! Gabriel



Dói sentir
Que Meu filho é um número
Meu filho é um peso para essa sociedade
Egoísta...


Dói sentir
Que ele mal entende tanta maldade
Que vai seguindo em seu mundo,
Flores, comida e musica...

Dói sentir
Que ele só queria ser apresentado
No palco da vida
Sem tantas dores.

Dói em mim,
Como um tiro
Ver o sacarmos dos imbecis
Por seu jeito, corpo de homem
Mente inocente de um anjo.
E ele indiferente
Ao que se passa ao seu redor.
Sorri...

Que interesse ele terá?
Por essa sociedade consumista.
Por essas falácias políticas.
Por esses jogos de interesses
Que ele mal conhece.

Mas queima-me a mente
Imaginá-lo sozinho
Na cova desses leões
Mas eu preciso soltá-lo

Ele precisa crescer
Semente especial
Obrigada a germinar
Em terra Arida.


Meu coração sangra
Por ele e por todos
Por essa incoerência social
Que privilegia os déspotas
E enterra os honestos.


O jogo do mais forte
Subjugando o mais fraco
Tanta hipocrisia.
Heresia das almas vadias.

Não há mundo separado
Para os caçadores de sonhos alheios
Eu como mãe só sonhei!
Com uma sociedade mais fraterna
Com um país mais justo
Onde meu filho sem mim
Fosse protegido.


Não peço amor...
Pois o verdadeiro amor
É o que nós pais sentimos
Numa luta diária.
Em noites de insônia.
Somente o amor
Os salvaria dessa guerra urbana


Somente o amor
Os fortaleceria para vencer a si mesmo.
Meu filho tem um dia só seu...
Mas na verdade na maioria do tempo
Ele não tem nada...
Somente o meu amor.


E por falta de amor
A humanidade se arma
Matando e destruindo
Por falta de amor
Criam-se usinas nucleares
Armas e bombas.
Intolerância e ditadores.


Por falta de amor
O homem mata o mundo a si mesmo
E meu filho perdido no meio disso tudo
E eu na minha trincheira
O protegendo, Deus até quando?


Autora
Liê Ribeiro
Paz e luz
Mãe de um rapaz autista.

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