Preciso emergir o que sinto!




Eu perdi meu poema
Eu o perdi dentro de mim
Eu quis ser, não sendo
Um caso aparte de minha poesia.
Eu senti saudades de minha mãe.
Aquele período de troca sutil.


Eu amanheci
Como um café requentado
Um gole de água quente...
O acordar já cansada.

Sonhei a noite toda
Corri, briguei e me defendi
Da noite assustadora.


Quem eu era?
Quem eu sou?
Não consigo decifrar.
Mera sombra entre árvores.


Por um dia eu me calei da palavra
Ela já não me valia.
Minha vida presa no Hardisk
Podendo  ser apagada por um vírus.


Eu quis lembrar-me de algum fato
Qualquer um que não fosse cibernético.
Não há musica em minha vitrola
Ela se perde nas trilhas de um CD.
Fria melodia sem sentimentos.


O silencio das vozes vazias
Ecoando em meu cérebro

A maldade não é rara.
A bondade sim...


A crueldade sempre compôs
A história da humanidade.
E eu preciso aprender a cria backups
Da minha credibilidade.

Apagar arquivos temporários
Que eu não mais usarei na minha vida.
Apegos inúteis a sentimentos menores.
Preciso repousar minha mente
Num bom livro de poemas antigos
Onde meus poemas se acham.

Preciso,

Chorar lágrimas verdadeiras
Sorrir sorrisos claros...


Não esquecer que nessa vida, nada sou.
Não poupar a alma de sentir
Não esconder dos olhos o brilho
De um amor lúdico.


E na obscuridade dessa vida informatizada
Eu coloco um filme antigo no vídeo cassete
Eu reseto minha dor.
E vou ser gente por um momento.


Autora
Liê Ribeiro
Paz e luz

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Eu perdi o outono,

As estações perdidas
Entre esse dia terrivelmente quente
Eu preciso das estações
Nelas moram meus poemas
Nelas mora a expectativa do amanhã.


Não há novidades a relatar
Trabalho, casa, casa, trabalho
O que me faz seguir
É o sorriso puro do meu filho.


Que cochila no sofá,
Suando em bicas...
Terra será o seu fim?
Vida!
Será a extinção das estações?


Outono...
Eu sinto falta de suas manhas frias
E do seu meio dia ensolarado
Das tardes de brisa suave em nossa varanda.


Inverno,
Eu sinto falta do seu frio
A despertar em nós a necessidade de aconchego...
Aquele recolhimento num canto, chá quente.


Primavera,
Que menina bonita tu és...
Florindo outrora o mundo de flores sutis...
Murchas rosas do meu jardim.


Verão,
Menino sapeca
A nos dar vontade de andar nu pelo universo.
Beber da cachoeira, banhar nos rios.


Deus,
Onde esconderam as estações?
Estou derretendo em pleno outono.


Acho que agora só existe no poema...
É o fim da graça divina
A nos impulsionar a continuar...
E a aridez do deserto


A nos consumir por dentro
O que fazer senhor?
Regar o quintal,
Beber da água do pecado.


Gritar aos destruidores da terra
Que parem e pensem na beleza
Que a natureza nos oferece
Quem criou as estações?


Que linda metáfora
Que não pertence a lógica cientifica
Verão, outono, inverno e primavera.
É puro pensar poético!


Autora
Liê Ribeiro
Paz e luz.

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