O pensar e a Poesia!




Eu tenho uma preguiça
De vozes repetitivas
Não dou conta da matéria
Como consertar o meu interior?

Não posso recomeçar do ontem
Não posso apagar meus vestígios
Deixei-os todos pelo caminho
Papeis e histórias, vida, poesia.

Não sei seu nome
Mas conheço sua sombra
Quando viras ao meu encontro?
Espero na mesma varanda de outrora.
A vida é uma leitura
E muitas vezes esquecemos
Der ler nas entrelinhas sua mensagem.

Tudo principia da hipótese
Do nada e do acaso.
O vazio a ser preenchido
Qual o acaso nasceu o amor?
Qual o acaso nasceu o gozo?
Do acaso o prazer e a dor...
O mal e a bondade numa luta feroz.

E esse sentimento de eternidade
Quem virá para fechar a porta do mundo?
Eu vivo para o pensamento
O pensar vive para o meu refletir

Uma sinfonia de silêncios
Busco em minha alma inquieta
Não consigo...
Um pingo é o mar bravio dentro de mim...

Um olhar frio é um iceberg a me congelar.
A palavra mal intencionada
Fere-me como faca em minhas entranhas
Não sei o que sentir...

Se for dor
Eu devo guardá-la para mim
Ser for felicidade devo dividir
Mas o poeta não sabe fingir...

A caça e o caçador
Caço palavras que me interpretem
Não sei se são ortograficamente corretas
Nem se a gramática me definirá no infinitivo

Mas eu sinto...
Amo um poema bem escrito
Amo um discurso onde paira a bondade
Doem-me as falácias hipócritas.

A busca por uma perfeição materialista
Que só enxergo além da matéria
Após muitas idas e vindas.
A vida assim se completa

Então,
Deixe-me esperar pela esperança
Na estação da vida
Deixe-me cavar minhas dores

Limpa-las com lagrimas
Deixe-me romper o seu medo
Trazer-lhe um pouco de paz
Deixe-me aqui em minha aquiescência

Preciso repensar o pensamento
De onde vem tanto refletir?
Para um cérebro somente
Se eu enlouquecer

Serei eu mesma com certeza
Se eu me esquecer de pensar
Deixe-me, somente contemplar o dia.
O mar, a maresia, as estrelas

Não as tirem do céu, adoro apreciá-las
Eu dou uma volta, e aqui estou
A poesia me traz pelas mãos...
Precisa se expressar

E eu quero dormir,
Sonhar que sou somente essência
Sem carne, sem pele, sem ossos
Sem pensar...

Uma nuvem a vagar pelo céu
Formas e contornos.
Se eu escrever besteira me censure
É esse perscrutar de horas sem trégua.

O tempo nos apaga da memória
Coloca-nos no ostracismo do isolamento
O que me importa.
Posso não ter sempre a poesia
Mas a poesia me terá para sempre...


Autora
Liê Ribeiro
Paz e luz

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