Os Girassóis!
O tempo
E a palavra
A palavra
Devia ter
Mais valor
Que a escrita.
Assino
Embaixo
Minha letra abandonada
Se nela não couber
Um pedaço da minha alma.
Esqueço do papel
Mas a poesia não me esquece
Condena-me
Ao sentir eterno
A dor na sua dimensão
Exata para me cortar
Como uma navalha afiada.
Acusam-me de incoerente
Perante a tanta gente
E a solidão contínua
De quem sempre imaginou
O bem vencendo o mal.
O sorriso
Enxugando as lágrimas
Seca existência da cidade
O que mata é a frieza
A indiferença
A falácia das vozes vazias.
As promessas ocas
Que jamais serão cumpridas.
Eu daria
Um minuto da minha vida
Por um instante de verdade
Tantos que passam a vida
Sem conhecê-la...
Que confusão esse pensamento
Quer esquecer e se lembra
Que lembrar e se esquece
Quando foi mesmo
Que prometemos nos amar?
A! Quantas horas
Já se passaram desde ontem
E nós irremediavelmente
Amadurecemos
Quem dera sem estragar
O que de melhor
Aprendemos a cultivar...
Sorria
O sol está te filmando
Confie
Amor de poeta
Só acaba se o poema morrer.
Eu me protegi
Dos desenganos
E se há uma lógica
Em sonhar
Apesar de tanta realidade
Eu mergulharei
Nos girassóis
De Van Gogh
Sem medo de partir.
O que importa
O que eles acham de nós
O que importa o que importa?
Somos felizes...
Autora
Liê Ribeiro
Paz e luz...
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