Não posso mudar o Mundo!/ Palpite






A! Meu filho
Se eu pudesse
Reinventaria
Outro mundo
Sem preconceitos
Sem guerras
Sem seres julgados
Por suas diferenças

Mas eu não sou Deus...
Somente uma mãe
Que foi testada
Na sua maior missão...

Guardar-te de toda dor
Pobre mulher sem
O cordão mágico


Esse sentimento de dor
De ver tantas mazelas
E nós e nós quem somos?
Meros seres tendo
Que cumprir seu resgate

Limita-se a mente
Se salva a alma
Quem puder que se proteja.


A! Meu filho
Se eu chorar não se assuste
Faço por você, por todos
Iguais a você...
Por aqueles que perderam


A dádiva amar as pessoas.
Sendo assim, venço
O meu dia, para amanhã
Ainda estar aqui


Preciso estar aqui
Preciso deixá-lo quase pronto
Para seguir a frente
Esse seu destino...


Faço laços para depois quebrá-los
Mas nossas almas sempre unidas
Nesse mar de todas as aflições
Vamos remando, remando


Precisamos chegar ao porto seguro
Da tal felicidade que tanto buscamos
A! Meu filho se eu vivo e por acreditar
Que há encontraremos um dia...

Talvez vestida de mãe, talvez de filho
Reinventados para aprender
Que a felicidade não é material.
Mas eterna para quem crê...

Autora
Liê Ribeiro
Mãe de um rapaz autista.
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Restos e sobras
Ávida existência
Subjetiva dos seres
Eu me sinto
Tão feliz ao teu lado.

Uma viagem
Pelo seu universo
Seu mar puro
Seu olhar sincero.


Um dia eu quis fugir
Colocar o pé na estrada
Quem era você?
Que mal eu conhecia.


Como eu poderia chegar até você?
Deslizes e ruas escuras
Quando mais eu tentava chegar
Mas você se desvencilhava

E a dor que se veste de realidade
Poderia ter nos colocado
A milhões de distancia
Por quê?

Meu planeta não girava mais
Um ponto parado
Em algum momento


Tentando entender
Quais as razões
Por tanto amor jogado fora.
No vazio cavado no meu peito.


Eu te amaria e você jamais descobriria.
Quem iria resgatar minha credibilidade?
A inquietude do nosso dia
Só com o tempo
Recuperaríamos
Simples trocas
De olhar e sorriso
De lágrimas puras
Que secaram em teus olhos


Deixa...
Eu chorarei por ti
Ame-me, somente
Diga poucas palavras
Estou cansada de discursos vazios.


E você perfeito na sua inocência
Ensina-me.
O que realmente faz sentido
É o amor que derramamos pelo nosso caminho.


E a partida inevitável á todos
Iguala-nos perante a natureza
Sua índole de anjo caído
Nessa terra seca de amor ao próximo.


Confesso que se pudesse
Enterraria todas as dúvidas
Limparia todas as dores
E num Divã de nuvens


Contaria a mais louca aventura
Que foi correr, correr por essa estrada
Incerta do autismo.
E um dia ter chegado até você!
A! Como serei feliz, PALPITE.


Autora
Liê Ribeiro
Mãe de um rapaz autista.

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