Eugenia do século 21.
Estou pensando nas retóricas
Gastas dos poderosos.
Para poucos o mundo
Parece valer à pena
A maioria corre
Atrás de migalhas
O que sobra da felicidade alheia.
Mas nem todo sorriso é alegria
Disfarça uma dor por detrás das lágrimas
Como ser feliz, vendo a fome
Consumindo os seres dia a dia
Crianças sem o direito de serem crianças
Esperam um futuro que nunca vira.
Bebem da lama, sucumbem diante
Da fria imagem na TV de 42 polegadas Full HD.
E o mundo finge que nada vê...
A lei estúpida do mais forte, matando o mais fraco...
Mas somente uma mesa farta...
Um copo de água limpa...
E toda vida preservada para ser bem-aventurada.
Cruel alma cativa
Uma dor me toma e me joga
Na mais profunda caverna
Não posso fechar meus olhos
Não posso calar meu poema
Se meus pés pudessem
Se meus sonhos se realizassem
Eu acordaria dessa inércia acomodada
E colocaria em cada boca faminta
O sabor doce da maçã do paraíso
Esse poema cálido e dolorido
É para as crianças que por incoerência
Desumanidade preconceituosa e Imbecil.
Morrem a cada minuto na Somália.
Autora
Liê Ribeiro
Paz e luz.
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