Nessa tarde de chuva, rapaz não tema!
Nada sei nada compreendo!
Tento decifrar O que desejas da vida
A noite misteriosa
Essa manhã inquieta
Nenhuma expectativa
Passa por sua imaginação?
Mas você é feliz...
Pouca explicação real...Uma vontade de dizer
Em poucas palavras
O que sinto por ti...
Que saudade da chuva
Cantando no telhadoNão a tema,
Ela pode ser violenta
Mas é porque nós não a compreendemos
Mas veja como as flores adoram
Como a terra a bebe com prazer.
Eles esperam tanto de nós...
Mas não devo escrever para fugir...Não devo me comprometer demais
Com as palavras
Às vezes elas se perdem
No labirinto da minha mente...
Vida simples...
Riacho seguindo sua nascenteEu prefiro sua alegria
Do que ver em seu rosto
Uma tênue tristeza
Talvez pelo impedimento
Que está aquém do seu querer.
O tamanho da dor
Nasce da dimensão da nossa carênciaNada nos completa por inteiro
Entenda esse é o aprendizado
Se fossemos merecedores de tanta dádiva
O que estaríamos fazendo nesse planeta.
Por isso querido rapazO céu anuncia um aguaceiro
Senta aqui...
Vamos ouvir o canto da chuva!
Autora
Liê RibeiroMãe de um rapaz autista.
Carrego todas as expectativas
Deixei para trásPequenos objetos inanimados
Rostos gastos pelo tempo...
Carrego minha história
Vidas, muitas vidas!A dor é viageira
Vai de um lado para outro
Espreitando-me nas tardes esquecidas
Às vezes me acorda nas madrugadas fugidias.
Mas não me importo.
Carrego um quilo salPor meus ideais
Alias, perdi alguns pelo caminho...
Não há cobranças por isso
A culpada irremediavelmente Pelo excesso de vazios
Que não consegui preencher
É minha.
Se eu me colocasse no alto
De minha incoerênciaDificilmente aprenderia
Blues e jazz choram minha alma...
Carrego muitas pedras
Algumas eu mesma coloquei...Para me proteger,
Nem sei exatamente do que, de quem!
Mas o maior peso
Eu hoje divido com vocêFardo leve, amor sincero
E se fosse maior que eu pudesse carregar
Eu jamais desistiria
Mesmo sangrando ao teu lado irei ficar.
Autora
Liê RibeiroMãe de um rapaz autista.
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