Preludio de Aniversário!




Meu filho
Traz guardado
Bem guardado
Um amor vivido
Repetido, sofrido.

Meu filho
Suspira
Quando uma musica
Revela para ele esse amor.

Meu filho
Tem um jeito diferente de ser
Esconde-se da dor
Cria seu próprio universo.
Para ele eu faço versos.

Mas ele deixa
As melodias cantadas
Inspirar-lhe a seguir
Talvez nas estrelas
Distante da realidade
Mas perto da divindade.

Não há mal em seu coração
Não há maldade em seus atos
Meu filho, talvez nem tenha me escolhido
Que descoberta dolorida
O aceitar é guiado pela ternura
Quem pode resistir a essa alma tão pura!

A roda da vida nos tonteia, eu sei!
Você não compreende minhas lágrimas
Eu te diria que não são por você
Mas para você minha parte mais frágil
Desvendada aos poucos!

Meu filho, o que dizer diante
Desse sorriso...
Esse beijo roubado
O destino colocando-nos perto
 O suficiente, para não invadir
Cada um o seu espaço.

Conceitos, o que são?
É pelo básico que você vive...
Uma retórica desgastada
Pelo momento.

Esqueça o prelúdio de aniversário
Dessa sua mãe inquietantemente
Apaixonada por seus mistérios
O que posso fazer?

Você envelhece e nem parece
Talvez o anjo sem asas
Que habita teu intimo
Coloca-te a salvo do tempo.

Mas sua velha mãe
Vai um dia apagar a matéria
Não sei se antes ou depois
Crueldade da vida!

Mas sendo espírita e iludida
Reservei uma pequena estrela
Rogando ao pai que nos permita
Reencontrarmo-nos...

A! Deixa sua mãe sonhar
Deixe-a  plasmar.
Depois de reencontrá-lo
Como te esquecer num canto qualquer
Desse Universo, não posso!

Autora
Liê Ribeiro
Mãe de um Rapaz autista.

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