Um dia sem Sorriso!
Não posso,
Não consigoNada sentir
Quando seu olhar se perde
No branco de uma vida
Que por aqui irá passar...
Não posso
Arredar o pé dessa portaPreciso vigiar sua dor.
Esse sentir escondido
Em seu olhar...
Quando você entristece
Algo dentro de mim se rompiMil cacos jogados pelo chão
Como colar fragmentos
Que o destino quebrou?
Pedaços jogados pela vida
Quem recolherá?A! Como eu queria que você
Pudesse me dizer
Onde dói, o que machuca
Esse impedimento
Que sua condição lhe impõeJoga-me numa realidade cruel
E as promessas de um novo ser
Nascido da ciência...
Não queria alguém diferente de você
Só queria que pudesse
Carregar menos vazios
Preencher sua alma com sonhos realizáveisQueria que não precisasse tanto de mim...
Pois sua mãe um dia partirá.
A! Se Deus pudesse mandar um anjo
Que te guardasse das armadilhas do Mundo
A essa viagem sem volta...
Que é nossa caminhada
Se eu pudesse voltar
Não teria pecado tanto
Em querer-te um remendo
Da normalidade
A beleza da diferença que ninguém enxerga.
Mas por favor, me dê um sorriso
A maturidade que chega
E talvez lhe traga uma dor nova
A mente que mesmo incompleta
Pensa... Como Pensa?
De que forma posso resgatar-te
Desse dia, sem alegria, como?
Lerei esse poema,
Beijarei teu rostoNão prometo a perfeição
Sua mãe é tão imperfeita
Mas vou respeitar teu dia assim...
Vou chorar num canto qualquerEsperar pelo sol que virá
Quando você voltar a sorrir...
Liê Ribeiro
Mãe de um rapaz autista.
Chorei com teu poema lindo! Meu filho autista de 22 anos é minha vida, tudo que eu mais queria era que ele..."Pudesse me dizer
ResponderExcluirOnde dói, o que machuca"
Oi Elizabeth toda luz para ti, obrigada
ResponderExcluirLiê e Gabi autista